terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Viver a liberdade feminina de hoje com os homens de ontem 11:59
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Etiqueta e os caixas eletrônicos 23:21
sábado, 31 de julho de 2010
Dia Mundial do Orgasmo 18:44
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Namoro, mídias sociais e a Colheita Feliz 16:12
Situação atual da minha colheita feliz
Aproveitando que a febre passou, eu confesso: joguei a Colheita Feliz, comprei dinheiro verde. Nunca cheguei a ficar calculando horários para saber quando colher antes que alguém me roubasse, mas minha fazenda ainda está lá e, mesmo abandonada, não tenho coragem de deletá-la. Não acordei de madrugada para roubar ninguém, mas confesso que algumas fazendas me tentaram a fazer isto. Enfim, joguei, aproveitei a onda, mas não me tornei nenhuma viciada.
Coisa que não foi possível para algumas almas menos afortunadas. Amiga minha do trabalho estava rindo sozinha em frente ao computador e eu perguntei o que era. A história:
Casal de namorados, com dois anos de relacionamento, os dois por volta dos trinta anos, já falando em casamento e tals, se separaram. O rapaz, querendo cortar contato de vez os vínculos, deletou a menina do celular e do facebook, bloqueou do msn e do twitter, coisas naturais nestes tempos de mídias socias, em que nós mesmos divulgamos ao mundo cada um de nossos passos.
Mas minha colega acrescentou: Rafa, deve ser muito grave a separação, porque ele deletou ela até da Colheira Feliz. E pra ele ter deletado da Colheita Feliz... o caso é grave!
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Post relâmpago: cães 09:33
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Resquícios do século passado 16:42
Posso até parecer pretenciosa, mas de vez enquando, tenho a impressão que sou uma mulher à frente do meu tempo, muito moderna. Ainda me espanto com algumas posturas sociais que são comuns, mas que não consigo entender. Dia destes, uma amiga me liga pedindo conselhos, porque estava muito afim de um cara, no sentido carnal mesmo. O homem lhe despertava grande tesão, mas não queria nenhum relacionamento sério. Aí, seguiu um diálogo mais ou menos assim:
- Uai, amiga, ele também tá afim?
- Me chamou pra sair, mas eu não aceitei. Queria que tudo fosse simples.
- E não é? Ele é casado?
- Não, não é casado. Tá solteiríssimo.
- Não entendi ainda a sua dúvida.
- Ah, eu queria sair com ele pra um lugar legal, um barzinho, sei lá. E de lá pro motel.
- Ainda não entendi o problema.
- Tenho medo.
- De quê?
- Ah, sei lá… sair assim com o cara e pular na cama assim, na primeira noite.
- Peraí, você tá com medo do que os outros vão dizer? Dele te achar fácil? Você tá afim dele pra algo mais sério?
- Não, não. Sexo casual, só isto.
- Uai, chama o cara para sair.
- Não sei.
- Deixa eu entender. O que tem de errado com uma mulher de 30 anos, bem resolvida, trabalhadora, que paga as próprias contas, mora sozinha, é independente e quer chamar um cara para sair e depois partir para um sexozinho dos bons?
- Ah, é que eu sou uma pessoa muito discreta. Não gosto deste tipo de coisa, não.
- Eu não disse pra você transar com o cara no restaurante. Se quer ser discreta, seja. Liga para o cara, convida, marca um lugar de pouco movimento, toma uma bebida, come alguma coisa, entram os dois no carro e vão pra um motel curtir a vida. Ninguém tem nada a ver com isto.
- Ah, mas se os outros ficarem sabendo? Somos duas pessoas conhecidas no nosso grupo de amigos.
- Ainda assim, não entendi o problema. O que tem duas pessoas adultas, bem resolvidas, interessadas uma na outra saírem juntos?
- Ah, não sei. Acho que você tá certa. Vou combinar alguma coisa.
- Amiga, se joga, tá perdendo tempo!
E lá foi a amiga duvidosa, chamou o cara, teve uma noite maravilhosa, está feliz, ninguém tem nada a ver com a vida dela. Não fez nada de imoral, de ilegal e nem engordou. Provavelmente perdeu foi umas boas calorias na diversão.
Minha amiga descobriu que o mundo é simples, a gente é que complica. O medo dela tinha lá sua justificativa, porque somos seres sociais. Precisamos de aprovação social para nos sentirmos inclusos nela. E ela fez a parte social. Foi discreta, não saiu agarrando ninguém no meio do restaurante, não tirou de casa nenhum homem casado ou menor de 18 anos, o que seria imoral e ilegal, respectivamente.
Mas o que eu quero com este post é refletir: É sério? Ainda se fazem julgamentos deste tipo? Ainda rotulam de galinhas mulheres bem resolvidas? Achei o fato tão século passado. Achei que nem os adolescentes tinham mais este tipo de dúvida. O século passado passou só há dez anos, mas ainda assim, eu tenho um sonho. Sonho com o dia que vamos deixar de ter nosso caráter rotulado por causa de preferências e gostos sexuais.
Algo tão básico como comer. Ninguém vai me discriminar se eu gostar de tomar sorvete com farinha de puba. Pode até achar estranho, mas não vai deixar de sair comigo por causa disto, ou de me empregar, ou de frequentar a minha casa. Meu povo, vamos evoluir!
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Uma semana no Araguaia 22:39
Acho que estou ficando velha. Ou melhor, madura.
Minha rotina nos últimos 7 dias.
6h da manhã – Acordar, tomar café, só com frutas e suco, coisa leve, para não atrapalhar o resto do dia. Entrego menino para a babá e sigo à procura da nécessaire, onde estão, entre os cremes antiidade e hidratante, filtro solar diferente para o corpo (fator 60) e para o rosto (fator 100, oil free). 15 minutos para distribuir tudo pelo corpo, nas áreas específicas. Vestir o maiô, uma canga, óculos escuros e chapéu de aba larga. Chego à margem do rio Araguaia, aguardando os outros companheiros (pai, às vezes, o filho, tios, primos) para entrar no barco e não perder o horário bom da ceva de pacu e piau. Vara de pescar em punho, assisto ao nascer do sol, com as águas do Araguaia borrifando o rosto e a prosa alegre sobre tempo, família, nostalgia e diversão.
(Esta parte merece um parênteses. Não gostava de pescar. Acampamentos no Araguaia são tradição de família eu só fui uma vez, saindo de lá sem pescar nada e meio aborrecida por estar num programa tão sem graça. Adolescência é foda. Costumo dizer que não pesco nem em pesque-pague. Não digo mais. Achava que quando a gente aprende a pescar e fazer crochê, só nos resta a aposentadoria e os netos. Também já não penso mais. Engraçado como a vida é uma eterna quebra de paradigmas, não é?)
10h30 – volta para o acampamento, reúne todo mundo, crianças, adolescentes, adultos e vamos para uma parte bem rasa no meio do rio, tratar os peixes capturados na noite anterior e pela manhã. Depois de divididas as tarefas de descamar, abrir e eviscerar os bichos, vemos as gaivotas cada vez mais próximas a comer os restos que descem as águas, é hora de “banhar”. Nisto, se junta a meninada, que vai da faixa de seus 4 à 10 anos, a pular e dar cambalhotas do barco para o rio, enquanto os adultos mergulhados até o queixo, aproveitam o calor do meio dia para uma última cerveja antes do almoço.
12h – voltam todos ao acampamento para almoçar as iguarias preparadas pela cozinheira que reveza peixe, frango e carne bovina como prato principal, para não enjoar. Posso dizer que estou bem abastecida de Ômega 3. À mesa, mais confraternização da família, mais risadas, mais histórias e causos contados pelos mais velhos. Depois, sesta onde todos se deitavam na varanda montada quase dentro do rio, vendo o paisagem e curtindo o vento fresco até dormir. Cochilo que acabava por volta das 16h.
16h – Depois da sesta, hora de arrumar o barco (caixa de isopor com muito gelo, garrafas d'água, refrigerante e latas de cerveja), arrumar a tralha e voltar ao rio para pegar as iscas da pescaria noturna, de peixes maiores. De volta ao rio, pescar pacus e piaus, boas iscas para surubins.
17h30 – volta ao acampamento para pegar o rádio(segundo o primo Deró, os surubins chegam mais ouvindo A Voz do Brasil), trocar as varas pequenas pelas grandes com linhas de maior calibre e ir para os pesqueiros de surubim e outros peixes maiores, de couro, que perambulam pelo rio durante a noite. Pescaria noturna não é para crianças, que vão pescar só nos horários que o sol não é muito forte. No nosso acampamento, crianças leitoras.
20h30 – Volta ao acampamento, hora de tomar banho, arrumar a barraca para dormir, ouvir rádio (nosso único contato com o mundo, já que na ilha, no meio do Araguaia, não há sinal de celular ou TV, apesar de o acampamento ter motor de energia elétrica, tudo era feito na base do recado), ouvir música, bater papo, jogar baralho, ou simplesmente dormir para começar tudo de novo no outro dia.
Nota 1: Pesquei piau e pacu (os peixes mais fáceis de pegar, os preferidos das crianças), sardinhas (os mais divertidos – elas vêem em cardumes e fazem um alvoroço quando jogamos o “chama”, a quirela de milho, e a superfície da água borbulha com a presença das “bichinhas”) e surubim (mais emocionante, pesca noturna, peixe grande!)
Nota 2: Não é preciso ir ao Tibete para se encontrar. Em qualquer viagem, com disposição para aprender, voltamos mais sábios. Volto do Araguaia com mais conhecimento: a pesca e a importância da família, de preservar algumas boas e válidas tradições. Mais madura. E feliz com isto.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
O bom (ou mau) da carne 09:41
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Momento fashion - Dois desejos de consumo 10:27
Mulheres são impossíveis. A quantidade de sapatos, por exemplo, é sempre inversamente proporcional à qualquer look que quisermos usar. O que os homens não entendem é que existem muitas variáveis na escolha do sapato perfeito. Tem-se que levar em consideração mais que aparência, mas conforto, estilo, moda, ambiente, nosso humor do momento, etc, etc.
Mas enfim. A discussão aqui são desejos de moda e não sapatos. Excelente post para se escrever depois de ir a uma palestra sobre autoestima em que a palestrante nos diz para controlar nossos desejos, diferenciar o que necessitamos do que desejamos. Quem tem muitos desejos é corroído pela ganância, sentimento quase sempre ligado a compensação de baixa estima com bens materiais.
Meera Nagananda, guru e bacharel em Ciências pela Universidade de Misore, Índia, até deu um exemplo prático: para quê ir ao shopping comprar mais um bolsa se você já tem três? Concordo com ela. É por isto que Deus me deu criatividade para arrumar as desculpas mais esfarrapadas para justificar a minha “necessidade” por dois itens: um chapéu panamá e uma jaqueta perfecto. Eu quero, eu quero, eu quero!
V
Vamos às justificativas: são duas peças clássicas, nunca vão sair de moda e ao comprá-las, não terei que comprar outras. Uma jaqueta perfecto tá de bom tamanho. E pra quê eu vou querer 10 chapéus panamá? Chapéu eu acho até justificável de comprar mais de um, já que moro em Palmas. Acho que todo mundo deveria andar de chapéu por aqui, neste sol de rachar. Aí, vocês dirão: E a jaqueta?! Jaqueta de couro pra Palmas?! Ficou louca?! Não, uai. Não pretendo viver em Palmas para sempre e nem ficar aqui para sempre. E quando eu viajo?! Toda vez que vou para a “área climatizada” do país, tenho que sair por aí pedindo roupa de frio emprestada.
Acho que não restaram dúvidas sobre a necessidade dos itens. Agora, para quem fica na dúvida sobre a composição de looks com estas duas peças, seguem as fotos abaixo:
Perfecto pras magrinhas… …e Perfecto pras gordinhas!
Panamá fazendo a cabeça em looks praia, rua, trabalho e de Madonna
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Dica gastronômica para quem mora em Palmas – Shawarma 09:42
Como o nome é bem estranho, criei para mim o apelido de “Shabalaiá”, mais fácil de lembrar, mas que tornava o sanduiche sem identificação para o meu interlocutor. Falo nisto todo dia e já carreguei uma dúzia de pessoas para conhecerem o lugar. Só de escrever, me enche a boca d’água. Não, não estou ganhando porcentagem nem descontos, só socializando o que achei realmente muito bom. Além de mostrar que, aos poucos, Palmas está ficando diversificada gastronomicamente.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Mais que ouvir, internalizar 12:52
Não precisa inventar geringonça para internalizar o que ouve. Só esteja disposto a aprender
Na minha arrogância da adolescência ouvi muitos conselhos sábios de amigos, professores, mas, principalmente, da minha família. Mas na falsa ilusão da autossuficiência, do “eu me basto”, ignorei solenemente muitos deles, que hoje vejo, são extremamente úteis. Alguns tinham a ver com moral e bons costumes, dentro de um padrão que até hoje não sou de acordo. Mas muitos eram de natureza até bem prática, que me ajudaria no dia-a-dia da vida adulta.
O que mais me marcou foi minha avó falando: Rafaela, é preciso saber fazer para saber mandar. Para entender a frase, vou ao contexto.
Sempre que ia passar férias na casa de minha avó, ela tentava me ensinar a cozinhar, a arrumar casa, a costurar. Tarefas que eu, na minha ignorância, achava que só serviam para me transformar em “mulherzinha”. De cima dos meus 15, 16 anos, eu achava que minha avó, com a ajuda da minha mãe, queria me transformar na dona de casa perfeita, com todos os pré-requisitos para ser uma boa esposa, objetivo este que nunca fez parte dos meus sonhos. Achava que ela queria me enquadrar dentro do padrão em que ela foi criada, há 50 anos atrás. Na mesma ignorância, acreditava que uma pessoa mais velha não poderia ter pensamentos e atitudes contemporâneos.
Para mim era ofensivo qualquer aprendizado neste sentido. Fui criada com empregadas que faziam tudo. Nunca tinha lavado roupa, ou dado faxina em casa. E argumentava: Quando eu for adulta, vou trabalhar e ter dinheiro para pagar empregados. Estou aqui morrendo de rir só de escrever isto. Como a gente é bobo. Minha avó contra-argumentava com a tal frase. “É preciso saber fazer para saber mandar”. E ainda completava: não estou dizendo que vai casar e ser Amélia, Rafaela. Estou te ensinando coisas que te ajudarão simplesmente se você for morar sozinha. Eu, claro, não estava nem aí.
Até que me caiu nas mãos um livro que me influenciou muito: As Brumas de Avalon. Morgana não seria Morgana se não tivesse passado pelo crivo de Viviane que fez com ela na Ilha de Avalon a mesma coisa que minha avô fazia comigo nas férias: ensinar a fazer para saber mandar. Tornar-se senhora de si mesma. Ter independência. Só então fui valorizar o que minha avó passava. É preciso um ídolo para confirmar para a gente o que veríamos com facilidade se estivéssemos dispostos a aprender Com qualquer pessoa, com qualquer situação.
O que me fez lembrar desta história foi que nesta segunda-feira, fui à palestra “Segredos da Autoestima - Como alcançá-la e mantê-la”, promovida pela ONG Brahma Kumaris (site aqui para mais detalhes) e ministrada por Meera Nagananda, bacharel em Ciências pela Universidade de Misore, Índia. De modo geral, a autoestima está baseada no autoconhecimento e na aceitação.
Há algum tempo que ouço do Ferreira Neto (do Blog Ainda Sem Nome): Rafaela, você tem que parar de julgar a si mesma. Tem que aceitar seus erros, aprender com eles. Tem que se dar um tapinha nas costas de vez em quando e dizer “Pôxa, mandei bem!”. Ouvia aquilo, mas não internalizava. De novo (a parte de aprender com os erros agora está bem grifada), precisei ouvir uma guru que veio do outro lado do mundo, dos confins da Índia para internalizar um aprendizado que um amigo me passava na maior das boas intenções e nas mesmas palavras. Então, como sugerido na palestra, estar aberto a aprender não é só um sinal de sabedoria, mas de esperteza, praticidade e economia de tempo. Um velho provérbio chinês para encerrar este post comprido: Não tem como colocar mais líquido em um copo cheio.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Homens: saibam conduzir! 16:15
Sou uma pessoa que não acredita muito em distinção de sexo quando o assunto é comportamento dentro de um relacionamento. Fora alguns sistemas atávicos que eu acredito que ficaram em homens e mulheres do tempo que vivíamos como animais, como é o caso da mulher sentir necessidade de proteção e o homem de proteger.
Daí, hoje, relendo alguns posts maravilhosos do Dr.Love, lá do www.papodehomem.com.br , me deparei com as “11 dicas para ter um namoro dos sonhos e ser um homem mais produtivo”. O título poderia ser facilmente “10 dicas para ter um namoro dos sonhos e ser uma mulher produtiva” sem em nenhum momento masculinizar as mulheres. A única dica que eu considero ser totalmente masculina é: Saiba Conduzir!
Gente, não tem nada mais irritante, pelo menos para mim, do que um homem que fica o tempo todo perguntando o que eu quero fazer, onde ir, quando, etc, etc. Decidir isto vez ou outra é ótimo, mas sempre? Pelamordedeus. Posso ser um caso a parte, pela condição da mãe-solteirice, mas acho que já pensava assim antes. O relacionamento é como uma dança, alguém precisa conduzir. Mulheres podem conduzir este relacionamento? Sim, claro. Mas não é o meu caso.
Eu já decido o que comprar, onde morar, a educação do meu filho, a faxina da casa, a organização da minha vida profissional, a saúde e tal. Me irrita que alguém ainda venha me pedir para decidir em que restaurante vamos comer hoje. Ou em que motel quero ir. PQP. Me faça uma surpresa! Organize tudo e só me leve, como convidada para a farra, não como organizadora. Já sou organizadora em tempo integral, quero moleza de vez enquando.
Conversando com outras amigas já casadas concordam em gênero, número e grau. O homem que sabe dançar, aqui incluindo a metáfora, tem muito mais chances de conquistar em definitivo nossos corações.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Google is new “pai dos burros” 11:28
Os fatos e conversas mais engraçados entre eu e o Ian, meu filho de 7, quase oito anos, acontecem quase sempre assim, numa manhã de sábado. Nas manhãs de sábado que tenho mais tempo para corrigir tarefas, ver o que foi problema durante a semana, dar uma oganizada não só na casa como também no nosso diálogo. Dá também pra assistir filmes e desenhos juntos, dependendo da programação, até um cineminha à tarde.
Numa destas pitorescas manhãs, estava dobrando a roupa lavada (sim, eu realizo as infames tarefas domésticas) e assistindo TV com o Ian quando apareceu o comercial do DVD da Maria Gadú, onde ela canta um trechinho de “Shimbalaiê”. Ian, que é grande fã da música, me perguntou:
- Mamãe, o que é “Shimbalaiê”?
- Uai, Ian, não sei. Vamos ter que pesquisar.
- Mas como, se a gente não tem Google? - Estávamos sem internet em casa
- Ah! Vou te apresentar um velho amigo meu.
Corro para a estante, puxo lá do fundo, tiro a poeira do velho e querido Dicionário Aurélio e apresento para o Ian:
- Isto, Ian, é um dicionário!
Ian, grande fã da leitura, se empolgou e fomos procurar o significado da dita palavra e…. nada. Nada parecido, nenhuma citação, nada que me desse uma luz sobre o que poderia ser.
Eis que tive que, na segunda-feira, no trabalho, fazer uma pesquisa no Google para saber o que era. E só lá descobri que o termo foi criado pela própria compositora e cantora, pela simples sonoridade que a palavra produz.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Para não dizer que não falei das flores 10:42
Desde que comecei a escrever meu blog, a pouco mais de dois anos, trabalho com assessoria de imprensa no governo do Tocantins. Decidi que não faria deste espaço um lugar de discussão política, artigo constante no meu dia-a-dia profissional. O blog é para a crônica e para minha opinião de fatos corriqueiros do meu cotidiano como mãe e mulher, deixando o profissional (e nisto, divagações sobre política e governo) para outras praças. Meu blog é uma válvula de escape para escrever o que gosto, como gosto, sem pressão de data, dead line, editorial ou chefe.
Mas desta vez, resolvi abrir uma excessão. Não que eu vá falar de partidos ou candidatos. Só darei minha opinião de internauta ou netzen, um termo que vem crescendo de uma derivação das palavras inglesas net (rede) e citzen (cidadão). Me considero uma netzen atuante, leio bastante, participo de algumas mídias sociais, navego neste mar de bit e bytes com certa facilidade. E de uma coisa eu tenho certeza que seja consenso entre os netzens: a verdade, a transparência e a verdadeira relevância do conteúdo que temos a disposição. Não há nada que me deixe mais frustrada do que um tutorial falso no Youtube, um perfil fake no Twitter ou no Orkut, uma corrente ou informação duvidosa que cai no meu e-mail. Me faz perder tempo e me deixa insegura quanto a outros conteúdos e fontes e são estas coisas que, além de vírus e trojans, que tornam a internet um mar não tão seguro.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Ainda à moda antiga 10:16
Estava me divertindo lendo a coluna de Xico Sá, jornalista que escreve sobre o comportamento masculino no Yahoo! Notícias. Nesta coluna em específico, com o título “Medo da fêmea diante da balança”, ele fala da falta que faz a companhia de uma mulher que saiba gostar de comer, sem frescura com as calorias ou o fingimento da preocupação com as mesmas diante de um homem. O texto é ótimo, queria me encontrar com Xico Sá para uma dobradinha com feijão branco. Afora isto, fui ler os comentários. E claro, me choquei.
Lá estavam vários e vários homens xingando de baleia todas as mulheres que sabem comer. E pior, mulheres concordando com estes homens. Não que eu seja uma modelo de esbelteza, mas gente, comer com prazer não quer dizer que a pessoa seja obesa.
Olha, ando cada vez mais inclinada a gostar dos homens à moda antiga, que cortejavam e, acima de tudo, gostavam de MULHERES. Não da imagem da revista, do artigo da novela, da figura da passarela. Aliás, eles também não tentavam copiar nossos comportamentos. Sei que os homens andam confusos com a mudança do comportamento feminino. Nós mesmas agora estamos tomando um norte depois de passar pela fase de que primeiro nos masculinizar para conseguir espaço e só agora estamos descobrindo que precisamos ser só nós mesmas. E agora estamos confusas com tantos tipos de homens. É sério! Amigos gays declarados são ótimos, mas temos que lidar com os enrustidos, os metrossexuais, os machões disfarçados com o verniz do dinheiro o pseudointelectual que leu toadas as resenhas e orelhas dos livros. É difícil achar os caras com conteúdo e que estejam interessados também em mulheres de conteúdo.
Sinto falta de uma época que nem vivi. Em que homens não sabiam, como bem disse Xico Sá, a diferença entre estria e celulite. De homens como meu pai, que quando viu que eu tinha estrias, lá pelos 14 anos, me disse que eram marquinhas até bonitinhas.
Queria mesmo entender. Qual é o problema dos homens com as mulheres hoje? Somos todas castradoras? O ideal seriam viver nos harens e poder desfilar com as bonitas, se divertir com as não tão bonitas, mas fogosas e se deixar cuidar pelas maternais? Talvez, no fundo, os homens continuem mesmo à moda antiga.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Cuidado - Romantismo em rebelião 10:29
Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa lá muito romântica. Não gosto de receber flores, não gosto de poesia, surpresas. Não sou do tipo de pessoa que diz “eu te amo” com facilidade, nem caio de amores por uma pessoa por causa de uma frase bonita. Minha grande amiga Emyka, do blog Jardim Navarro, costuma me dizer que sou uma romântica incurável, mais enrustida. Prefiro dizer que mantenho meu romantismo num sistema rígido de controle. Mas, vez ou outra, ele se rebela e quando se rebela…
Esta manhã vi o sinal de fumaça de uma das grandes rebeliões que meu espírito romântico provoca. Fogo nos colchões, gritaria, pichações e tiroteio. Me exigiu ligar o som e ouvir Tânia Alves. Esta é uma que eu ouço quando meu lado “pé na zona” está dominando. Me recusei. Não cedi nas negociações e coloquei no aparelho de som Maria Gadú. Nova geração, mais criativa para expressar e interpretar os mesmos sentimentos.
Depois de colocar o disco, fui em busca da causa da rebelião para poder contê-la. Na verdade, a solidão fez isto. É mais fácil conter a rebelião do meu romantismo quando eu tenho como alimentá-lo, mantê-lo tranquilo.
NA tentativa de apaziguar uma agitação inicial, assisti a uma porção de comédias românticas no fim de semana, o que acabou servindo de estopim para a rebelião que já se deflagrava.
A solidão não costuma me incomodar, não. Sempre me considerei meio auto-suficiente de carinhos e afagos, mas acho que a idade está pegando e aquele tal medo de morrer sozinha está batendo a minha porta.
Aí, vem as letras das músicas de Maria Gadú no meio dos meus pensamentos: “Venha sem chão me ensina a solidão de ser só dois”.
Aliás, quando o romantismo está gritando, eu fico ainda mais perceptiva para as letras de música. Como diria a personagem de Drew Barrymore no filme “Letra e música” (um dos que assisti no fim de semana do estopim) a melodia é sexo, paixão. É o que te pega primeiro. A letra é amor, é cotidiano é a intimidade da música. Da mesma forma que Arnaldo Jabor descreveu amor como prosa e sexo como poesia.
E as letras das músicas da Maria Gadú estão certeiras hoje. Dona Cila, Lounge, Laranja, A História de Lili Braun (que é do Chico Buarque) estão entrando pelos ouvidos e deixando toda a rebelião mais calma. Para acabar com a rebelião de vez, acho que preciso ouvir algo assim em voz masculina, ao vivo, no pé do ouvido.