terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Viver a liberdade feminina de hoje com os homens de ontem


Esta seria a fórmula perfeita: Viver a liberdade feminina de hoje com os homens de ontem. Tenho pensado muito nisto ultimamente, nesses meses que sumi do blog, aconteceram muitas coisas na minha vida, que só fizeram reforçar vários dos meus conceitos. Um deles é que, definitivamente, a frase de Freud e, atualmente seriado na Globo, "Afinal, o que querem as mulheres?" está totalmente ultrapassada. As mulheres sabem bem o que querem. E estamos cheios de exemplos para todos os lados de quem está realmente perdido agora que as mulheres se acharam, são os homens.

Os homens desaprenderam a conquistar. E a conquista de uma mulher continua no mesmo caminho que ia antes. Mulheres (e acredito que homens também), gostam de pessoas seguras. Homens que não se intimidam com a aparência delas, com a inteligência delas, com a indepêndencia delas. Os homens de hoje passaram a ter medo de levar um "não". E se ele for um cara educado e simpático, a possibilidade deste "não" acontecer é muito improvável.

Não custa nada, nada mesmo você estar afim de uma garota e chamá-la para uma coisa descompromisada e inocente até. Tomar um sorvete. Lembra desta? Era cantadinha de adolescente. Ainda funciona, vai por mim. O clássico chamar para jantar, nem preciso dizer. Clássicos nunca morrem. 

Depois de um primeiro contato, sentiu que a garota tá afim de continuar com você. Quer ousar? Chame-a para acompanhá-lo para comprar algo com que ela se identifique. É uma mulher caseira, chame-a para ajudá-lo a fazer as compras da casa. Ela é do tipo nerd? Chame-a para ajudar a comprar um computador novo, um celular novo.

Sabe as revistas femininas com dicas de "Como conquistar seu homem", "10 dicas sobre o que afastam os homens de você", "Teste: você sabe lidar com os homens?"? Não demora muito terão que ter revistas masculinas com as Coelhinhas da Playboy e logo abaixo: "Mulher cafajeste: Você está saindo com uma?". Ou "Ela está afim de você? Faça o teste!". Sem falar que vão começar a aparecer cursos de "Como seduzir uma mulher", "Culinária afrodisíaca para homens". Acho que este é o caminho. 

Cursos, reportagens, livros e teorias para os homens aprenderem com ícones dos séculos XVII a XIX, em que os heróis tinham ousadia de sobra. As mulheres mudaram, elas não precisam mais de quem as sustente, de quem o que fazer e quando. Mas elas ainda querem segurança, ainda querem carinho, ainda querem cuidado, como aliás, todo ser humano. As mulheres já estão craques nisto. Aprendemos a cuidar e a ser companheiras  há gerações. As mais modernas ainda passaram por um cursinho básico na infância ao brincar de bonecas, mesmo que por pouco tempo.

Chegou a hora do homem entender que para conquistar é preciso só passar confiança. Para manter, companheirismo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Etiqueta e os caixas eletrônicos

caixa-eletronico
Muita gente acredita que etiqueta seja algo para gente fresca, que nada tem a ver consigo, ou com seu vizinho, ou com sua família. No máximo com aquela prima chique que tem melhores dotes financeiros que os seus. Ou talvez algo que devesse aprender para o caso de ser convidado para almoçar com o chefe num restaurante elegante e não cometer alguma gafe ao comer um frango.

Mas etiqueta não é nada disto. Vai além de se portar bem à mesa ou com frescura. Até mesmo os dicionários andam desatualizados no que diz respeito à etiqueta, definida como:

1. Conjunto de cerimônias adotadas na corte e na alta sociedade. 2. Trato cerimonioso. 3. O cerimonial da alta sociedade ou de outra que ridiculamente a queira imitar (Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=etiqueta)

A etiqueta moderna está muito mais ligada à gentileza, educação e bom senso. Ela é a pequena ética, um conjunto de atitudes e ações bem corriqueiros que nos ajudam a ter civilidade. É não falar alto, dizer “por favor” e “obrigado”, ceder a cadeira para os idosos e grávidas, usar corretamente o caixa de dez unidades.

E uma grande falta de educação e finesse eu observo diariamente nos caixas eletrônicos ou, como eram chamados, caixa-rápidos. Eram pra ser rápidos, não fossem alguns indivíduos que resolvem pagar as contas de água, luz, telefone, tv paga, celular, a prestação do carro e da casa, depositar dinheiro para a mãe, tudo de uma vez em um lugar onde só há um único caixa eletrônico. A fila engrossando atrás da pessoa e ela, pacientemente, digitando os números do código de barras que não pôde ser lido pela máquina. Às vezes, atrás dele está uma alguém que só quer sacar R$ 10 para pagar o táxi. E a pessoa lá, como se tivesse tomado posse do caixa.

Não sou contra o uso do serviço, afinal, ele ajudou muito a agilizar a nossa atribulada vida, mas acho que, como diria meu amigo Ramiro Bavier, bom senso nunca é demais. Três pequenas sugestões:

Organize-se. Vai pagar muitas contas? Disponibilise tempo antes do trabalho, no caminho para casa e passe em uma agência bancária, no shopping ou outro local que tenha muitos caixas eletrônicos à disposição. Tem mais rotatividade, a pessoa que vai pagar só uma conta ou fazer um depósito não terá que esperar você calcular os juros do empréstimo eletrônico e decidir se vale a pena pra pagar o cartão de crédito.

Seja gentil. Caso vá no local que só tem um caixa, verifique se há fila. Se houver, faça só um pagamento ou transferência de urgência. Caso seja só você por lá, sem problemas. Mas se aparecer alguém, pergunte se esta pessoa vai fazer algo simples, como um saque e ceda a vez a ela, e só depois volte para seus boletos.

Use a internet. Os bancos têm investido bastante para que o cliente tenha a sua disposição o maior número de serviços pela internet e com segurança. E hoje muita gente tem acesso fácil à rede. Você tem medo que roubem sua senha? Dicas simples: use o site do banco do seu computador, não o do trabalho ou do cyber café. Mantenha seu computador com antivírus atualizado. Sempre digite o endereço eletrônico do seu banco, nunca clique em links mandados para seu e-mail sem que saiba a origem. Verifique se, ao acessar o site, aparece na caixa de endereços o prefixo https . O “s” aparece em caso de site seguro, com certificação de segurança digital. O cadeadinho que aparece no canto inferior direito do seu navegador significa a mesma coisa. Caso caia na fraude bancária online, os bancos são obrigados a estornar o dinheiro e fazem isto com bastante rapidez.

Desta forma, você contribui para que o serviço seja rápido e eficiente e as pessoas, menos estressadas. Questão de etiqueta. Questão de bom senso.

sábado, 31 de julho de 2010

Dia Mundial do Orgasmo

orgasmo
Acho que pela data ter caído este ano num sábado, foi super sugestivo para uns, mas claro que deve passar em branco pra muita gente. O que é uma besteira, como vou comentar mais abaixo.

Como muitas datas, o dia do orgasmo tem um fundo comercial, mas neste caso, muito válido. Foram as sex shops inglesas que, depois de descobrirem através de pesquisas que 80% das mulheres da Inglaterra nunca tinham tido um orgasmo (choquei demais com a informação. Nunca?! Oitenta por cento?! Nem uma gozadinha?!), criaram um mecanismo para aumentarem suas vendas e tentar modificar os números.

O que tenho a falar é que o orgasmo é superestimado. Existe tanto peso religioso, cultural e ético sobre o gatilho que a natureza criou para garantir a perpetuação das espécies, que isto acaba travando muitas pessoas, principalmente as mulheres, que sofreram muito mais com a repressão sexual.

Vou na contramão aqui e digo que o orgasmo é um ato solitário. Não sou médica, nem sexóloga, nem terapeuta sexual para afirmar algo assim. Parto simplesmente de muita literatura e experiências pessoais. O orgasmo acontece no cérebro a partir de estímulos externos múltiplos e não necessariamente direto nos órgãos sexuais. Temos a capacidade de gozar sonhando, sem ninguém por perto, solitariamente. Simplesmente imaginando uma situação.

Então, para os solitários, o dia do orgasmo não é uma frustração, ao contrário do que acontece com o dia dos namorados, não é algo que precise ser feito a dois! É uma chance de conhecer mais sobre si mesmo, é chance de aproveitar este prazer solitário. Para os acompanhados, dia de reinventar a forma de gozar com seu parceiro ou parceira.

Falando em orgasmo, estou lendo um livro sobre uma mulher que descobriu como gozar de uma forma que nunca imaginou. Para quem gosta  de literatura erótica indico “A Entrega – Memórias Eróticas”, de Toni Bentley (Aqui a resenha perfeita de Leônidas Pellegrini). Ex-bailarina, ex-casada, teve que passar por todas as convenções impostas às mulheres para descobrir que o orgasmo, para ela, nada tem de convencional.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Namoro, mídias sociais e a Colheita Feliz

colheita feliz Situação atual da minha colheita feliz

Aproveitando que a febre passou, eu confesso: joguei a Colheita Feliz, comprei dinheiro verde. Nunca cheguei a ficar calculando horários para saber quando colher antes que alguém me roubasse, mas minha fazenda ainda está lá e, mesmo abandonada, não tenho coragem de deletá-la. Não acordei de madrugada para roubar ninguém, mas confesso que algumas fazendas me tentaram a fazer isto. Enfim, joguei, aproveitei a onda, mas não me tornei nenhuma viciada.

Coisa que não foi possível para algumas almas menos afortunadas. Amiga minha do trabalho estava rindo sozinha em frente ao computador e eu perguntei o que era. A história:

Casal de namorados, com dois anos de relacionamento, os dois por volta dos trinta anos, já falando em casamento e tals, se separaram. O rapaz, querendo cortar contato de vez os vínculos, deletou a menina do celular e do facebook, bloqueou do msn e do twitter,  coisas naturais nestes tempos de mídias socias, em que nós mesmos divulgamos ao mundo cada um de nossos passos.

Mas minha colega acrescentou: Rafa, deve ser muito grave a separação, porque ele deletou ela até da Colheira Feliz. E pra ele ter deletado da Colheita Feliz... o caso é grave!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Post relâmpago: cães

 Tem um tempo que eu estava atrás de uns cãeszinhos para fazer companhia e para incutir um certo senso de responsabilidade no Ian. Ganhei dois cachorrinhos dog street (como meu amigo Thiago Formiga me aconselhou a chamar meus dois vira-latas). Bonitinhos os dois, brancos, malhadinhos de marrom, pequenos. Ian  ficou com as obrigações comuns de alimentar, limpar o espaço dos bichinhos.

Chegaram em casa ontem já de banho, vacina e vermífugo tomados. Dormiram bem. Choraram pouco. Esta manhã, acordaram em festa. Ian vira pra mim e pergunta:

- Mamãe, eles vão ficar com a gente até o final das férias?

- Uai, não. Espero que fiquem com a gente pelos próximo 20 anos.

- Ah, não! Eu vou ter que limpar cocô este tempo todo?!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Resquícios do século passado

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Posso até parecer pretenciosa, mas de vez enquando, tenho a impressão que sou uma mulher à frente do meu tempo, muito moderna. Ainda me espanto com algumas posturas sociais que são comuns, mas que não consigo entender. Dia destes, uma amiga me liga pedindo conselhos, porque estava muito afim de um cara, no sentido carnal mesmo. O homem lhe despertava grande tesão, mas não queria nenhum relacionamento sério.  Aí, seguiu um diálogo mais ou menos assim:

fotografia-1938-bruce-mozertom - Uai, amiga, ele também tá afim?

- Me chamou pra sair, mas eu não aceitei. Queria que tudo fosse simples.

- E não é? Ele é casado?

- Não, não é casado. Tá solteiríssimo.

- Não entendi ainda a sua dúvida.

- Ah, eu queria sair com ele pra um lugar legal, um barzinho, sei lá. E de lá pro motel.

- Ainda não entendi o problema.

- Tenho medo.

- De quê?

- Ah, sei lá… sair assim com o cara e pular na cama assim, na primeira noite.

- Peraí, você tá com medo do que os outros vão dizer? Dele te achar fácil? Você tá afim dele pra algo mais sério?

- Não, não. Sexo casual, só isto.

- Uai, chama o cara para sair.

- Não sei.

- Deixa eu entender. O que tem de errado com uma mulher de 30 anos, bem resolvida, trabalhadora, que paga as próprias contas, mora sozinha, é independente e quer chamar um cara para sair e depois partir para um  sexozinho dos bons?

- Ah, é que eu sou uma pessoa muito discreta. Não gosto deste tipo de coisa, não.

Casal_Casamento Feliz - Eu não disse pra você transar com o cara no restaurante. Se quer ser discreta, seja. Liga para o cara, convida, marca um lugar de pouco movimento, toma uma bebida, come alguma coisa, entram os dois no carro e vão pra um motel curtir a vida. Ninguém tem nada a ver com isto.

- Ah, mas se os outros ficarem sabendo? Somos duas pessoas conhecidas no nosso grupo de amigos.

- Ainda assim, não entendi o problema. O que tem duas pessoas adultas, bem resolvidas, interessadas uma na outra saírem juntos?

- Ah, não sei. Acho que você tá certa. Vou combinar alguma coisa.

- Amiga, se joga, tá perdendo tempo!Casal02

E lá foi a amiga duvidosa, chamou o cara, teve uma noite maravilhosa, está feliz, ninguém tem nada a ver com a vida dela. Não fez nada de imoral, de ilegal e nem engordou. Provavelmente perdeu foi umas boas calorias na diversão.

Minha amiga descobriu que o mundo é simples, a gente é que complica. O medo dela tinha lá sua justificativa, porque somos seres sociais. Precisamos de aprovação social para nos sentirmos inclusos nela. E ela fez a parte social. Foi discreta, não saiu agarrando ninguém no meio do restaurante, não tirou de casa nenhum homem casado ou menor de 18 anos, o que seria imoral e ilegal, respectivamente.

Mas o que eu quero com este post é refletir: É sério? Ainda se fazem julgamentos deste tipo? Ainda rotulam de galinhas mulheres bem resolvidas? Achei o fato tão século passado. Achei que nem os adolescentes tinham mais este tipo de dúvida. O século passado passou só há dez anos, mas ainda assim, eu tenho um sonho. Sonho com o dia que vamos deixar de ter nosso caráter rotulado por causa de preferências e gostos sexuais.

Algo tão básico como comer. Ninguém vai me discriminar se eu gostar de tomar sorvete com farinha de puba. Pode até achar estranho, mas não vai deixar de sair comigo por causa disto, ou de me empregar, ou de frequentar a minha casa. Meu povo, vamos evoluir!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma semana no Araguaia

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Acho que estou ficando velha. Ou melhor, madura.

Minha rotina nos últimos 7 dias.

SDC114136h da manhã – Acordar, tomar café, só com frutas e suco, coisa leve, para não atrapalhar o resto do dia. Entrego menino para a babá e sigo à procura da nécessaire, onde estão, entre os cremes antiidade e hidratante, filtro solar diferente para o corpo (fator 60) e para o rosto (fator 100, oil free). 15 minutos para distribuir tudo pelo corpo, nas áreas específicas. Vestir o maiô, uma canga, óculos escuros e chapéu de aba larga. Chego à margem do rio Araguaia, aguardando os outros companheiros (pai, às vezes, o filho, tios, primos) para entrar no barco e não perder o horário bom da ceva de pacu e piau. Vara de pescar em punho, assisto ao nascer do sol, com as águas do Araguaia borrifando o rosto e a prosa alegre sobre tempo, família, nostalgia e diversão.

(Esta parte merece um parênteses. Não gostava de pescar. Acampamentos no Araguaia são tradição de família eu só fui uma vez, saindo de lá sem pescar nada e meio aborrecida por estar num programa tão sem graça. Adolescência é foda. Costumo dizer que não pesco nem em pesque-pague. Não digo mais. Achava que quando a gente aprende a pescar e fazer crochê, só nos resta a aposentadoria e os netos. Também já não penso mais. Engraçado como a vida é uma eterna quebra de paradigmas, não é?)

SDC11458 10h30 – volta para o acampamento, reúne todo mundo, crianças, adolescentes, adultos e vamos para uma parte bem rasa no meio do rio, tratar os peixes capturados na noite anterior e pela manhã. Depois de divididas as tarefas de descamar, abrir e eviscerar os bichos, vemos as gaivotas cada vez mais próximas a comer os restos que descem as águas, é hora de “banhar”. Nisto, se junta a meninada, que vai da faixa de seus 4 à 10 anos, a pular e dar cambalhotas do barco para o rio, enquanto os adultos mergulhados até o queixo, aproveitam o calor do meio dia para uma última cerveja antes do almoço.

SDC11529 12h – voltam todos ao acampamento para almoçar as iguarias preparadas pela cozinheira que reveza peixe, frango e carne bovina como prato principal, para não enjoar. Posso dizer que estou bem abastecida de Ômega 3. À mesa, mais confraternização da família, mais risadas, mais histórias e causos contados pelos mais velhos. Depois, sesta onde todos se deitavam na varanda montada quase dentro do rio, vendo o paisagem e curtindo o vento fresco até dormir. Cochilo que acabava por volta das 16h.

SDC1138816h – Depois da sesta, hora de arrumar o barco (caixa de isopor com muito gelo,  garrafas d'água, refrigerante e latas de cerveja), arrumar a tralha e voltar ao rio para pegar as iscas da pescaria noturna, de peixes maiores. De volta ao rio, pescar pacus e piaus, boas iscas para surubins.

SDC11407 17h30 – volta ao acampamento para pegar o rádio(segundo o primo Deró, os surubins chegam mais ouvindo A Voz do Brasil), trocar as varas pequenas pelas grandes com linhas de maior calibre e ir para os pesqueiros de surubim e outros peixes maiores, de couro, que perambulam pelo rio durante a noite. Pescaria noturna não é para crianças, que vão pescar só nos horários que o sol não é muito forte. No nosso acampamento, crianças leitoras.

20h30 – Volta ao acampamento, hora de tomar banho, arrumar a barraca para dormir, ouvir rádio (nosso único contato com o mundo, já que na ilha, no meio do Araguaia, não há sinal de celular ou TV, apesar de o acampamento ter motor de energia elétrica, tudo era feito na base do recado), ouvir música, bater papo, jogar baralho, ou simplesmente dormir para começar tudo de novo no outro dia.

Nota 1: Pesquei piau e pacu (os peixes mais fáceis de pegar, os preferidos das crianças), sardinhas (os mais divertidos – elas vêem em cardumes e fazem um alvoroço quando jogamos o “chama”, a quirela de milho, e a superfície da água borbulha com a presença das “bichinhas”) e surubim (mais emocionante, pesca noturna, peixe grande!)

Nota 2: Não é preciso ir ao Tibete para se encontrar. Em qualquer viagem, com disposição para aprender, voltamos mais sábios. Volto do Araguaia com mais conhecimento: a pesca e a importância da família, de preservar algumas boas e válidas tradições. Mais madura. E feliz com isto.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O bom (ou mau) da carne



Depois do post sobre gastronomia (Dica gastronômica para quem mora em Palmas - Shawarma), muita gente veio falar comigo que sente falta de uma coluna, ou revista, ou blog, enfim, de uma fonte de informação, de dicas legais de lugares para comer aqui em Palmas. Uma destas conversas foi com a Cecília Santos, do Blog da Ciça, que sofre, tadinha, por ser vegetariana. Sei bem que vida de vegetariano não é fácil. 

Na faculdade eu tinha muitos amigos vegetarianos e convivi um tempo com uma colega judia, religião que tem também suas restrições quanto à carne. Por três meses consegui seguir à risca a dieta ovolactovegetariana, este palavrão aí que significa que eu só não podia comer a carne dos animais, mas estava liberada para produtos de origem animal que não exigem sacrifício, como ovos, leite e seus derivados. E já era uma trabalheira danada, fico imaginando quem é vegetariano total e radical. Nem um ovinho frito no azeite de coco passa. Desisti. Não por sentir falta de carne, mas pela falta de praticidade que é esta restrição. Tenho horror a restrição de qualquer tipo, ainda mais autoimposta.

A Ciça disse que sente falta de lugares que respeitem os vegetarianos aqui em Palmas. Na conversa, descobri que ela é mineira e filha de mineira como eu. Pensei: como foi que ela conseguiu a proesa de ser vegetariana? A comida mineira não sobreviveria sem carne. A não ser que esquecêssemos a parte salgada e vivêssemos de doces e compotas. De resto, tudo tem um baconzinho, um toucinho, um paio, uma carne seca, um charque. Mandioca, couve? Sim, produtos liberados para os vegetarianos, mas não se engane. Tudo ali é regado na banha de porco.

Ilustrando isto, tenho uma historianha caseira. Na época que mais convivi com vegetarianos, foi quando participava de projetos de extenção com o professor Niltin, que, na época, não comia carne já há 23 anos. Numa das viagens que fizemos de Goiás para o Tocantins, a turma ficou toda hospedada lá em casa e, minha mãe, boa anfitriã mineira e cozinheira de mão cheia, queria agradar, claro. Quando falei que Niltin era vegetariano, ela ficou completamente perdida. O que eu vou fazer para ele comer? Eu: Uai, mamãe, tudo o que você sempre faz Arroz, feijão, salada, legumes cozidos. O Niltin só não come carne.

Aí, decidiu que faria especialmente para ele o prato dela que mais se aproximava do que ela acreditava ser um prato vegetariano: uma farofa maravilhosa de banana com maçã. Mas ela não levou em consideração o bacon. Para a minha mãe, bacon e paio são só mais um tempero, como orégano ou noz moscada. Tudo lá em casa tem uma pitadinha de bacon: o feijão, os picadinhos de legumes, as farofas, os caldos.  Ela nem se deu conta. E o Niltin também não, pois entrou com vontade na tal farofa, elogiou, comeu mais. Eu, que comecei a almoçar um pouco mais tarde, na hora que coloquei a farofa na boca e notei o bacon, pensei: F-O-D-E-U.

Mais tarde, Niltin passou mal (de leve), mas me mantive fiel à minha mãe e nada falei. Niltin até hoje não sabe que teve overdose de bacon e achei melhor ele manter a crença que ainda era uma pessoa pura.







quinta-feira, 15 de julho de 2010

Momento fashion - Dois desejos de consumo

Mulheres são impossíveis. A quantidade de sapatos, por exemplo, é sempre inversamente proporcional à qualquer look que quisermos usar. O que os homens não entendem é que existem muitas variáveis na escolha do sapato perfeito. Tem-se que levar em consideração mais que aparência, mas conforto, estilo, moda, ambiente, nosso humor do momento, etc, etc.

Mas enfim. A discussão aqui são desejos de moda e não sapatos. Excelente post para se escrever depois de ir a uma palestra sobre autoestima em que a palestrante nos diz para controlar nossos desejos, diferenciar o que necessitamos do que desejamos. Quem tem muitos desejos é corroído pela ganância, sentimento quase sempre ligado a compensação de baixa estima com bens materiais.

Meera Nagananda, guru e  bacharel em Ciências pela Universidade de Misore, Índia, até deu um exemplo prático: para quê ir ao shopping comprar mais um bolsa se você já tem três? Concordo com ela. É por isto que Deus me deu criatividade para arrumar as desculpas mais esfarrapadas para justificar a minha “necessidade” por dois itens: um chapéu panamá e uma jaqueta perfecto. Eu quero, eu quero, eu quero!

 

DSC09309 jaqueta_perfecto

 

 

 

 

 

 

V

 

 

 

 

Vamos às justificativas: são duas peças clássicas, nunca vão sair de moda e ao comprá-las, não terei que comprar outras. Uma jaqueta perfecto tá de bom tamanho. E pra quê eu vou querer 10 chapéus panamá? Chapéu eu acho até justificável de comprar mais de um, já que moro em Palmas. Acho que todo mundo deveria andar de chapéu por aqui, neste sol de rachar. Aí, vocês dirão: E a jaqueta?! Jaqueta de couro pra Palmas?! Ficou louca?! Não, uai. Não pretendo viver em Palmas para sempre e nem ficar aqui para sempre. E quando eu viajo?! Toda vez que vou para a “área climatizada” do país, tenho que sair por aí pedindo roupa de frio emprestada.

Acho que não restaram dúvidas sobre a necessidade dos itens. Agora, para quem fica na dúvida sobre a composição de looks com estas duas peças, seguem as fotos abaixo:

jaqueta perfecto

 

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Perfecto pras magrinhas…                                      …e Perfecto pras gordinhas!

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Panamá fazendo a cabeça em looks praia, rua, trabalho e de Madonna

 

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dica gastronômica para quem mora em Palmas – Shawarma

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Fiquei viciada em um sanduíche lá da Palmas Brasil, vendido numa lanchonete pequena que tem o mesmo nome da guloseima: Shawarma – Lanches Árabes. É só uma portinha, com um toldo azul e na frente uma churrasqueira Grega como esta aqui: 
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Como o nome é bem estranho, criei para mim o apelido de “Shabalaiá”, mais fácil de lembrar, mas que tornava o sanduiche sem identificação para o meu interlocutor. Falo nisto todo dia e já carreguei uma dúzia de pessoas para conhecerem o lugar. Só de escrever, me enche a boca d’água. Não, não estou ganhando porcentagem nem descontos, só socializando o que achei realmente muito bom. Além de mostrar que, aos poucos, Palmas está ficando diversificada gastronomicamente.
O Shawarma (também conhecido como kebab) é um prato originalmente composto de fatias finas de frango ou carne assada em uma grelha vertical, o famoso churrasco grego, com pão sírio, legumes e outros acompanhamentos. O lá da Palmas Brasil, tem alface, tomate, cebola, batata frita e um M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O creme de alho. Não peça seu sanduiche sem creme de alho. Pecado.
Outra recomendação: O sanduíche é servido fechado, enroladinho como na foto lá de cima, ou aberto no prato. Prefiro ele fechadinho, de carne bovina. Mas é bom de todos os jeitos do cardápio.
Cada sanduba custa R$ 5,30, independente de como é servido. Infelizmente, como o lugar abriu agora, não aceita cartão. Saque dinheiro antes de ir. Para beber, tem sucos e cremes de polpa de frutas diversas em copo de 500 ml, a R$ 3,00, além de cerveja e refrigerantes. A lanchonete não abre às quartas-feiras,, mas nos outros dias da semana, funcionamento normal das 18h até o último cliente sair. A localização, no mapa abaixo:

Palmas Brasil


terça-feira, 13 de julho de 2010

Mais que ouvir, internalizar

 

0,,10534208,00 Não precisa inventar geringonça para internalizar o que ouve. Só esteja disposto a aprender

Na minha arrogância da adolescência ouvi muitos conselhos sábios de amigos, professores, mas, principalmente, da minha família. Mas na falsa ilusão da autossuficiência, do “eu me basto”, ignorei solenemente muitos deles, que hoje vejo, são extremamente úteis. Alguns tinham a ver com moral e bons costumes, dentro de um padrão que até hoje não sou de acordo. Mas muitos eram de natureza até bem prática, que me ajudaria no dia-a-dia da vida adulta.

O que mais me marcou foi minha avó falando: Rafaela, é preciso saber fazer para saber mandar. Para entender a frase, vou ao contexto.

50shousewife Sempre que ia passar férias na casa de minha avó, ela tentava me ensinar a cozinhar, a arrumar casa, a costurar. Tarefas que eu, na minha ignorância, achava que só serviam para me transformar em “mulherzinha”. De cima dos meus 15, 16 anos, eu achava que minha avó, com a ajuda da minha mãe, queria me transformar na dona de casa perfeita, com todos os pré-requisitos para ser uma boa esposa, objetivo este que nunca fez parte dos meus sonhos. Achava que ela queria me enquadrar dentro do padrão em que ela foi criada, há 50 anos atrás. Na mesma ignorância, acreditava que uma pessoa mais velha não poderia ter pensamentos e atitudes contemporâneos.

Para mim era ofensivo qualquer aprendizado neste sentido. Fui criada com empregadas que faziam tudo. Nunca tinha lavado roupa, ou dado faxina em casa. E argumentava: Quando eu for adulta, vou trabalhar e ter dinheiro para pagar empregados. Estou aqui morrendo de rir só de escrever isto. Como a gente é bobo. Minha avó contra-argumentava com a tal frase. “É preciso saber fazer para saber mandar”. E ainda completava: não estou dizendo que vai casar e ser Amélia, Rafaela. Estou te ensinando coisas que te ajudarão simplesmente se você for morar sozinha. Eu, claro, não estava nem aí.

Morgana Até que me caiu nas mãos um livro que me influenciou muito: As Brumas de Avalon. Morgana não seria Morgana se não tivesse passado pelo crivo de Viviane que fez com ela na Ilha de Avalon a mesma coisa que minha avô fazia comigo nas férias: ensinar a fazer para saber mandar. Tornar-se senhora de si mesma. Ter independência. Só então fui valorizar o que minha avó passava. É preciso um ídolo para confirmar para a gente o que veríamos com facilidade se estivéssemos dispostos a aprender Com qualquer pessoa, com qualquer situação.

O que me fez lembrar desta história foi que nesta segunda-feira, fui à palestra “Segredos da Autoestima - Como alcançá-la e mantê-la”, promovida pela ONG Brahma Kumaris (site aqui para mais detalhes) e ministrada por Meera Nagananda, bacharel em Ciências pela Universidade de Misore, Índia. De modo geral, a autoestima está baseada no autoconhecimento e na aceitação.

Há algum tempo que ouço do Ferreira Neto (do Blog Ainda Sem Nome): Rafaela, você tem que parar de julgar a si mesma. Tem que aceitar seus erros, aprender com eles. Tem que se dar um tapinha nas costas de vez em quando e dizer “Pôxa, mandei bem!”. Ouvia aquilo, mas não internalizava. De novo (a parte de aprender com os erros agora está bem grifada), precisei ouvir uma guru que veio do outro lado do mundo, dos confins da Índia para internalizar um aprendizado que um amigo me passava na maior das boas intenções e nas mesmas palavras. Então, como sugerido na palestra, estar aberto a aprender não é só um sinal de sabedoria, mas de esperteza, praticidade e economia de tempo. Um velho provérbio chinês para encerrar este post comprido: Não tem como colocar mais líquido em um copo cheio.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Homens: saibam conduzir!

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Sou uma pessoa que não acredita muito em distinção de sexo quando o assunto é comportamento dentro de um relacionamento. Fora alguns sistemas atávicos que eu acredito que ficaram em homens e mulheres do tempo que vivíamos como animais, como é o caso da mulher sentir necessidade de proteção e o homem de proteger.

Daí, hoje, relendo alguns posts maravilhosos do Dr.Love, lá do www.papodehomem.com.br , me deparei com as “11 dicas para ter um namoro dos sonhos e ser um homem mais produtivo”.  O título poderia ser facilmente “10 dicas para ter um namoro dos sonhos e ser uma mulher produtiva” sem em nenhum momento masculinizar as mulheres. A única dica que eu considero ser totalmente masculina é: Saiba Conduzir!

Gente, não tem nada mais irritante, pelo menos para mim, do que um homem que fica o tempo todo perguntando o que eu quero fazer, onde ir, quando, etc, etc. Decidir isto vez ou outra é ótimo, mas sempre? Pelamordedeus. Posso ser um caso a parte, pela condição da mãe-solteirice, mas acho que já pensava assim antes. O relacionamento é como uma dança, alguém precisa conduzir. Mulheres podem conduzir este relacionamento? Sim, claro. Mas não é o meu caso.

Eu já decido o que comprar, onde morar, a educação do meu filho, a faxina da casa, a organização da minha vida profissional, a saúde e tal. Me irrita que alguém ainda venha me pedir para decidir em que restaurante vamos comer hoje. Ou em que motel quero ir. PQP. Me faça uma surpresa! Organize tudo e só me leve, como convidada para a farra, não como organizadora. Já sou organizadora em tempo integral, quero moleza de vez enquando.

Conversando com outras amigas já casadas concordam em gênero, número e grau. O homem que sabe dançar, aqui incluindo a metáfora, tem muito mais chances de conquistar em definitivo nossos corações.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Google is new “pai dos burros”

Os fatos e conversas mais engraçados entre eu e o Ian, meu filho de 7, quase oito anos, acontecem quase sempre assim, numa manhã de sábado. Nas manhãs de sábado que tenho mais tempo para corrigir tarefas, ver o que foi problema durante a semana, dar uma oganizada não só na casa como também no nosso diálogo. Dá também pra assistir filmes e desenhos juntos, dependendo da programação, até um cineminha à tarde.

Numa destas pitorescas manhãs, estava dobrando a roupa lavada (sim, eu realizo as infames tarefas domésticas) e assistindo TV com o Ian quando apareceu o comercial do DVD da Maria Gadú, onde ela canta um trechinho de “Shimbalaiê”. Ian, que é grande fã da música, me perguntou:

- Mamãe, o que é “Shimbalaiê”?

- Uai, Ian, não sei. Vamos ter que pesquisar.

- Mas como, se a gente não tem Google? - Estávamos sem internet em casa

- Ah! Vou te apresentar um velho amigo meu.

Corro para a estante, puxo lá do fundo, tiro a poeira do velho e querido Dicionário Aurélio e apresento para o Ian:

- Isto, Ian, é um dicionário!

Ian, grande fã da leitura, se empolgou e fomos procurar o significado da dita palavra e…. nada. Nada parecido, nenhuma citação, nada que me desse uma luz sobre o que poderia ser.

Eis que tive que, na segunda-feira, no trabalho, fazer uma pesquisa no Google para saber o que era. E só lá descobri que o termo foi criado pela própria compositora e cantora, pela simples sonoridade que a palavra produz.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para não dizer que não falei das flores


Desde que comecei a escrever meu blog, a pouco mais de dois anos, trabalho com assessoria de imprensa no governo do Tocantins. Decidi que não faria deste espaço um lugar de discussão política, artigo constante no meu dia-a-dia profissional. O blog é para a crônica e para minha opinião de fatos corriqueiros do meu cotidiano como mãe e mulher, deixando o profissional (e nisto, divagações sobre política e governo) para outras praças. Meu blog é uma válvula de escape para escrever o que gosto, como gosto, sem pressão de data, dead line, editorial ou chefe.
Mas desta vez, resolvi abrir uma excessão. Não que eu vá falar de partidos ou candidatos. Só darei minha opinião de internauta ou netzen, um termo que vem crescendo de uma derivação das palavras inglesas net (rede) e citzen (cidadão). Me considero uma netzen atuante, leio bastante, participo de algumas mídias sociais, navego neste mar de bit e bytes com certa facilidade. E de uma coisa eu tenho certeza que seja consenso entre os netzens: a verdade, a transparência e a verdadeira relevância do conteúdo que temos a disposição. Não há nada que me deixe mais frustrada do que um tutorial falso no Youtube, um perfil fake no Twitter ou no Orkut, uma corrente ou informação duvidosa que cai no meu e-mail. Me faz perder tempo e me deixa insegura quanto a outros conteúdos e fontes e são estas coisas que, além de vírus e trojans, que tornam a internet um mar não tão seguro.
2010, em que vamos eleger novos governantes, é considerado o ano das eleições em que a internet terá muita relevância. As mídias sociais já estão "bombando" de pré-candidatos com perfis bonzinhos ou ativistas, twitts noturnos e uma grande massa de consultores e assessores especializados em lidar com o mundo virtual. Tarefa difícil pela novidade que é o meio, mas nada difícil para quem conhece os príncipios básicos da boa educação, bom senso e criatividade. O mundo virtual nada mais é que uma grande aldeia, onde a cordialidade e a atenção são grandes moedas de troca. Não há quem não se sinta contente com a atenção do próximo numa resposta, numa palavra de apoio.

Os consultores dos pré-candidatos à presidência já orientam seus assessorados sobre a necessidade desta volta aos bons costumes do interior. Sempre responder a um bom dia, dar atenção a um lamento, não deixar um aceno sem retorno. É assim que gostaria que as eleições fossem, de um modo geral, não só dentro da internet.

Mas tenho cá minhas dúvidas e meus receios quanto ao uso destas ferramentas internáuticas aqui no Tocantins. Tenho medo da baixaria que já se insinua nas redes, sites, blogs tocantinenses. Estou esperando que minhas previsões sejam erradas e que eu não venha a sofrer com os perfis fakes, os virais e os factóides que virão aos bolos na minha caixa de e-mail.

Acho que, a longo prazo, a internet nos ajudará a manter uma melhor transparência na política. Assim que os cidadãos tiverem maior acesso e entenderem a ferramenta, mais fácil será vigiar as ações no senado, na câmara, no executivo e nos tribunais. Talvez a frase de George Orwell, no livro 1984, Big Brother is Watching You ("O Grande Irmão está te observando"), realmente se concretize, mas em duas mãos. ELES estarão nos observando, mas NÓS também!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ainda à moda antiga

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Estava me divertindo lendo a coluna de Xico Sá, jornalista que escreve sobre o comportamento masculino no Yahoo! Notícias. Nesta coluna em específico, com o título “Medo da fêmea diante da balança”, ele fala da falta que faz a companhia de uma mulher que saiba gostar de comer, sem frescura com as calorias ou o fingimento da preocupação com as mesmas diante de um homem. O texto é ótimo, queria me encontrar com Xico Sá para uma dobradinha com feijão branco. Afora isto, fui ler os comentários. E claro, me choquei.

Lá estavam vários e vários homens xingando de baleia todas as mulheres que sabem comer. E pior, mulheres concordando com estes homens. Não que eu seja uma modelo de esbelteza, mas gente, comer com prazer não quer dizer que a pessoa seja obesa.

Olha, ando cada vez mais inclinada a gostar dos homens à moda antiga, que cortejavam e, acima de tudo, gostavam de MULHERES. Não da imagem da revista, do artigo da novela, da figura da passarela. Aliás, eles também não tentavam copiar nossos comportamentos. Sei que os homens andam confusos com a mudança do comportamento feminino. Nós mesmas agora estamos tomando um norte depois de passar pela fase de que primeiro nos masculinizar para conseguir espaço e só agora estamos descobrindo que precisamos ser só nós mesmas. E agora estamos confusas com tantos tipos de homens. É sério! Amigos gays declarados são ótimos, mas temos que lidar com os enrustidos, os metrossexuais, os machões disfarçados com o verniz do dinheiro o pseudointelectual que leu toadas as resenhas e orelhas dos livros.  É difícil achar os caras com conteúdo e que estejam interessados também em mulheres de conteúdo.

Sinto falta de uma época que nem vivi. Em que homens não sabiam, como bem disse Xico Sá, a diferença entre estria e celulite. De homens como meu pai, que quando viu que eu tinha estrias, lá pelos 14 anos, me disse que eram marquinhas até bonitinhas.

Queria mesmo entender. Qual é o problema dos homens com as mulheres hoje? Somos todas castradoras? O ideal seriam viver nos harens e poder desfilar com as bonitas, se divertir com as não tão bonitas, mas fogosas e se deixar cuidar pelas maternais? Talvez, no fundo, os homens continuem mesmo à moda antiga.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cuidado - Romantismo em rebelião

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Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa lá muito romântica. Não gosto de receber flores, não gosto de poesia, surpresas. Não sou do tipo de pessoa que diz “eu te amo” com facilidade, nem caio de amores por uma pessoa por causa de uma frase bonita. Minha grande amiga Emyka, do blog Jardim Navarro, costuma me dizer que sou uma romântica incurável, mais enrustida. Prefiro dizer que mantenho meu romantismo num sistema rígido de controle. Mas, vez ou outra, ele se rebela e quando se rebela…

Esta manhã vi o sinal de fumaça de uma das grandes rebeliões que meu espírito romântico provoca. Fogo nos colchões, gritaria, pichações e tiroteio. Me exigiu ligar o som e ouvir Tânia Alves. Esta é uma que eu ouço quando meu lado “pé na zona” está dominando. Me recusei. Não cedi nas negociações e coloquei no aparelho de som Maria Gadú. Nova geração, mais criativa para expressar e interpretar os mesmos sentimentos.

Depois de colocar o disco, fui em busca da causa da rebelião para poder contê-la. Na verdade, a solidão fez isto. É mais fácil conter a rebelião do meu romantismo quando eu tenho como alimentá-lo, mantê-lo tranquilo.

NA tentativa de apaziguar uma agitação inicial, assisti a uma porção de comédias românticas no fim de semana, o que acabou servindo de estopim para a rebelião que já se deflagrava.

A solidão não costuma me incomodar, não. Sempre me considerei meio auto-suficiente de carinhos e afagos, mas acho que a idade está pegando e aquele tal medo de morrer sozinha está batendo a minha porta.

Aí, vem as letras das músicas de Maria Gadú no meio dos meus pensamentos: “Venha sem chão me ensina a solidão de ser só dois”.

Aliás, quando o romantismo está gritando, eu fico ainda mais perceptiva para as letras de música. Como diria a personagem de Drew Barrymore no filme “Letra e música” (um dos que assisti no fim de semana do estopim) a melodia é sexo, paixão. É o que te pega primeiro. A letra é amor, é cotidiano é a intimidade da música. Da mesma forma que Arnaldo Jabor descreveu amor como prosa e sexo como poesia.

E as letras das músicas da Maria Gadú estão certeiras hoje. Dona Cila, Lounge, Laranja, A História de Lili Braun (que é do Chico Buarque) estão entrando pelos ouvidos e deixando toda a rebelião mais calma. Para acabar com a rebelião de vez, acho que preciso ouvir algo assim em voz masculina, ao vivo, no pé do ouvido.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A difícil arte de escolher


Nem vou entrar em muitos detalhes sobre meu longo período de ausência. Alguns dos meus poucos leitores já reclamaram, inclusive pessoalmente, da falta de atualizações do meu digníssimo blog. Mas enfim, assim foi, vamos atualizá-lo.

Depois de mais de um ano sem computador. Depois de ter passado por crises sérias de abstinência, ter me recuperado do vício e hoje estar completamente recuperada do vício de internet, agora estou pronta para, novamente, me jogar ao mundo virtual. E, desta vez com mobilidade. Comprei um laptop. Lindo. Destes modelos com poucas polegadas e muita potência.

Minha primeira crise de escolha começou aí. Sempre me considerei uma pessoa bastante decidida. Saio para comprar roupas, bato o olho no que gosto, experimento e vou embora. Sem grandes dramas, sem sofrimento. Sapatos, que são a grande perdição da maioria das mulheres modernas e antenadas, a mesma coisa. Os pares me cativam instantaneamente ou não me chamam a atenção.

Mas agora, me vi completamente envolvida com a indesão. E foi uma sensação estranha. Eu não sabia que computador escolher. A única certeza que tinha era que queria me libertar dos modelos desktop e evoluir para os notebooks, de preferência para os netbooks, que cabem dentro da bolsa, pesam quase nada e nos dão acesso de qualquer lugar.

Mas estas certezas não foram suficientes para me deidir. Gente, fiquei impressionada com a variedade de preços, configurações, marcas, diferenças de assistência tecnica e garantia. Tudo isto influenciando diretamente na minha compra. Foi-se o tempo em que a melhor bicicleta era a Caloi e as máquinas de lavar roupa, Brastemp. Com a quantidade de informações e de opções que temos, a escolha simples de um equipamento de trabalho virou uma arte. Não me espanta mais que empresas contratem profissionais simplesmente para aconselhá-las nas compras de equipamentos. 

Mas passada a minha dúvida, escolhida a minha máquina (que ainda está nos caminhos impostos pelos Correios do Brasil), decidi adesivá-la, para evitar riscos e arranhões, além de dar um charme personalizado todo meu. Gente, mais indecisão. Porque um adesivo para meu notebook  tem que ter a minha cara ao mesmo tempo que tem que ter um ar profissional (já que o uso dele será em grande parte para isto), sem ser sério e austero, porque eu realmente não sou assim. 

Conseguem compreender a gravidade do caso? Preciso de ajuda profissional.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Não, obrigada, eu não quero Viagra, moço

Antes de entrar no tema Viagra, eu tenho que explicar um defeito meu (não, não é disfunção erétil). Eu tenho uma espécie de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo). Não consigo ver minha caixa de e-mail cheia. Tudo o que chega é devidamente lido, respondido e armazenado em pastas, por tema. A caixa de entrada está sempre vazia, limpinha. E isto acontece também com a caixa de spam. Primeiro, verifico se não são spam's, se são e-mails reias que acabaram parando na caixa errada e, depois, deleto tudo.

E foi na minha caixa de spam que o Viagra começou a me chamar a atenção. Muitos emails com o título: VIAGRA (c) Best E-store / User rafayellows Unique 80% sale. Deixei de apagar os spam's por uns dias só para ver a quantidade de propaganda de Viagra que eu estava recebendo.

De 34 e-mails, 19 eram me oferecendo Viagra. Contrariando minha índole de não abrir o que não me interessa, cliquei no e-mail e no link que me levou para este site:


É o site de uma rede de famácias canadense, mas que tem o endereço de internet como sendo do Reino Unido, que oferece vários produtos, de Laxis (um diurético famoso) até Xenical (emagrecedor). Mas o forte são mesmo os remédios para disfunção erétil, como o Viagra, o Levitra e o Cialis. Até aí, tudo bem. Mas o que eu não aguentei e quase morri de rir foi que, para mim, Viagra era só uma pílula azul, que salva a vida sexual de muitos homens (e mulheres, não por usarem, mas pelo efeito que causam em seus parceiros), mas a variedade é muito maior que isto! O site me abriu os olhos. Vejam alguns exemplos:



Viagra Professional?! Será que é para os profissionais do sexo?! Acho que eles merecem! Pense o pobre michê que tem que dar no couro a noite toda. Realmente, foi bem pensado!






Viagra Super Active+: para homens que realmente são ativos! Este Viagra não pode ser tomado por ninguém passivo, com risco de fazer efeito contrário!






Viagra Soft Tabs: mas não se preocupem. Para os mais delicados, há o formato suaves, em tabletes.








Viagra Soft Flavored: como eu disse, tem Viagra para todos os gostos! Aqui ao lado, viagra sabor abacaxi, uva, laranja e morango.









Viagra+Cialis+Levitra: E, caso nenhum dos Viagras acima atenda às suas necessidades, vá logo de coquetel com desconto especial. Um deles há de resolver o seu problema!




Female Viagra (!): Não esqueceram da gente não! Viagra feminino! Sei lá da eficácia disto, mas é legal saber que tem! Mas claro que para as mulheres não são tantas tentações, pois não é nada de Professional ou Super Active+ ou pastilhas com sabores.