quinta-feira, 23 de abril de 2009

Não é todo dia que a gente pode zoar com uma dupla sertaneja


Respeito todo mundo que gosta de música sertaneja, desde que não me obrigue a ouvir. Não adianta tentar me convencer, porque é mesmo aquelas questões de gosto em que cada um tem o seu. Morei em Goiânia um bom tempo, ouvindo a "Rádio Terra" involuntariamente enquando ia de ônibus para a faculdade, um trajeto de cerca de uma hora, nos dias úteis, por 4 anos. Foi o suficiente para desenvolver com qualidade o meu "isoleitor sonoro tabajara". Toca música sertaneja, eu ignoro. É como se fosse o som do trânsito, barulho de construção.

Juntando eu não gostar de música sertaneja, eu não gosto também de fama gratuita. Aquelas pessoas que ficam famosas não por mérito, mas simplesmente por estar na onda do momento.

Dia destes, fui à trabalho numa agência de publicidade e precisei acessar meu e-mail. A mocinha que me atendia, me levou à sala de reuniões, onde tinha um computador disponível. Quando ela abre a porta, dois homens, sentados à mesa me olharam com expectativa. A mocinha apresenta: Rafaela, estes são (não sei mesmo o nome dos caras, mas sei que são um destes da onda, novos nas paradas, tipo, sei lá, Victor e Leo) Fulaninho e Cicraninho.

Os dois estufaram o peito esperando uma reação, um pedido de autógrafos, um ar de euforia. Eu, usei da sinceridade: Desculpa, gente, mas eu não tenho a mínima idéia de quem são vocês. Sertanejo não é mesmo o meu forte.

Os dois desmoronaram na hora. Balbuciaram: Mas o nosso sertanejo não é igual a estes antigos que você ouve, não. O nosso é o sertanejo universitário (!?).

Para matar eles de vez: Mas é justo os antigos, os pioneiros, o Tonico e Tinoco que eu admiro!

Gente, não é todo dia que eu tenho a oportunidade de zoar com uma dupla sertaneja!


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Idéias de jerico


É com esta frase que eu pontuo quase tudo que acho que meu filho faz que não é uma boa idéia. Tipo: pós chuva, criança arrumada para festa de aniversário corre pro quintal e senta no balanço coberto de limo. Baita idéia de jerico. E eu digo: Ian, que idéia de jerico foi esta? Corre pra trocar de roupa, senão, nada de festa! Aí, veio a Páscoa. A tarde do Sábado de Aleluia foi gasta na montagem de uma armadilha para o Coelho da Páscoa. - Ian, vamos montar uma armadilha para o coelhinho, porque se a gente pega ele, podemos pedir mais ovos. E foi-se a tarde, ele e meu irmão, cordas e tijolos. Vim eu com maizena para caso o coelho fugir, ter como a gente seguir as pegadas.
Comprei os ovos que ele pediu na carta que escreveu há uma semana atrás, mas não tinha um do Ben 10. Tinha acabado. E eu comprei os ovos na quinta!

Chega a hora de dormir, e eu, de madrugada, fazendo patas de coelho pela casa, até o quarto, subindo pelaa cômoda, depois indo para a sala. Escreve bilhetes para as pistas, desenha mapa, sobe no cajueiro no meio da noite para esconder um dos ovos.

Escrevi uma carta como se fosse o coelhinho, indignado com a gente ter tentado prendê-lo. E que então, ele ia esconder os ovos e a gente tinha que seguir as pistas.

Quando o Ian achou só dois ovos, virou pra mim e disse: Viu? Você com esta sua idéia de jerico de prender o coelhinho, agora eu só ganhei dois ovos!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mudando de pele

É mais ou menos assim que tenho me sentido nos últimos tempos. Tenho aprendido a me vestir melhor, a me maquiar melhor, a me pentear... deixa pra lá. O meu cabelo é capítulo à parte. Este sim, ainda precisa de acertar corte, cor, textura. Ainda não me sinto segura pra fazer mudanças radicais nele, mas sinto a necessidade.

A Kassandra, do Blog da Kass, falou que eu tinha que escrever sobre isto. Porque, segundo ela, só agora eu deixei de parecer estudante e estou realmente mulher. Mal sabia ao fazer o elogio que boa parte da mudança é culpa dela. Trabalhamos juntas e quando eu chegava para trabalhar no meu jeans velho e camiseta e rasteirinha e a via toda elegante me sentia o patinho feio. Mas eu sabia do meu potencial. Tinha era medo de me vestir bem e parecer mais velha. Descobri que meu mal-vestida era uma revolta contra a passagem dos anos! Logo eu, que achava que a idade não quer dizer nada.

Atribuo a mudança também a outro fator fundamental. Dieta. A perda de 13 quilos me deu opção de escolha. Agora eu olho para as roupas e elas me servem! Não preciso chegar na loja de tamanhos especiais para encontrar algo que fique bem. Nas minhas últimas compras adquiri uma bermuda de tamanho 46. A vendedora: a 44 fica bem para você. Provei e achei que estava muito justa. Levei a 46, que ficou bem confortável. Mas logo que coloquei no corpo para usar, o tecido foi se ajustando e a bermuda começou a cair! Agora, eu posso até acreditar nas vendedoras!

Logo, a minha cartunista favorita pode falar por mim. Leiam os quadrinhos da Maitena aí embaixo. É só clicar na imagem que ela cresce.


segunda-feira, 6 de abril de 2009

Dias que compensam outros

Filhos são engraçados. Tem umas tiradas que nos matam de rir, nos matam de vergonha ou de felicidade.

Uma das passagens mais engraçadas que o Ian já me fez passar deixou muitas mães indignadas, mas eu achei fofo e inocente. Não foi bom para a autoestima, mas foi bom para uma autoanálise e altas gargalhadas.

Por causa do trabalho, eu não pude levá-lo no primeiro dia de aula, na primeira vez que ele mudou de escola, quando ele tinha 4 anos. Minha mãe foi quem conferiu se tinha tudo na mochila, levou e colocou a criança dentro da sala de aula. Fiquei triste por não poder acompanhar o processo. Gosto muito de ver as expressões e as impressões dele sobre tudo o que é novo.

Portanto, assim que tive a oportunidade, três dias depois, fui levá-lo na escola e deixá-lo na sala de aula. Ele foi, todo contente, me puxando pela mão para me mostrar a sala, os coleguinhas e a professora. Assim que entrou na sala, ele puxou a professora pela camisa apontou para mim e disse esta pérola:

- Tia, esta é a minha mãe! E ela é gorda.

Silêncio total por parte da professora. Não aguentei e eu mesma caí na gargalhada. Uma amiga minha disse que se fosse com ela, levava um cascudo na hora, em frente aos colegas. Mas ele falou tão inocente. Quase como se ser gorda fosse um charme. Mal sabia ele que era a frase mortal para a maioria das mulheres sobre a terra.

Mas este fim de semana ele se redimiu. Virou para mim e perguntou:

- Mamãe, quantos anos você tem?

Ai, ai. Lá vem. Agora vai me chamar de velha. Eu me lembro bem (e quando a gente diz eu me lembro é porque já se passou muito tempo, coisa assim superior a duas décadas) de que quando eu era criança toda idade acima de quinze anos para mim era gente velha. Respirei fundo, já esperando sentir ainda mais o peso dos anos nas minhas costas.

- Trinta.

- Ah! Legal! Então, você ainda é criança! Porque os humanos vivem mais de cem anos e trinta ainda tá muito longe de cem!

Mereceu um abraço e um beijo!