quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Plágio, imitação ou só troca de idéias?


A gente que é blogueiro e que já se apaixonou por escrever o que vem na telha vive atrás de temas novos. Vira e mexe, fatos comuns do dia-a-dia acabam virando um post. Outra prática comum é bisbilhotarmos constantemente outros blogs de temas que gostamos para buscar inspiração.

Aí, fiquei na dúvida se isto seria plágio, imitação ou só troca de idéias. Gosto de pensar em trocas de idéias, porque mesmo que colemos o texto de outra pessoa nos nossos blogs, estamos levando pensamentos diferentes para os nosso leitores.

Hoje, neste post, vou cometer dois "plágios, imitações ou trocas de idéias". Eu prefiro mesmo produzir meus próprios textos. Mas desde que comecei a escrever no blog, uma amiga disse que meu estilo lembra muito o da Martha Medeiros. Eu não conhecia os textos da jornalista gaúcha e na minha pesquisa para descobrir quem ela é, acabei me apaixonando. Este é um dos plágios. Vou colocar aqui um texto dela. O outro plágio é sobre como vou colocar. No Blog Ainda Sem Nome, do Ferreira Neto, tem uma categoria "Não é meu, mas é bom". perguntei se poderia imitar. Dada a autotização, cá estou eu criando a minha categoria "Plágios, imitações ou trocas de idéias", com um texto da Martha Medeiros que acho quase visceral.

Strip-Tease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.

Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.


Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua. "Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.



3 comentários:

Anônimo disse...

Julgo ser esse o mais difícil dos strip-teases!

Anônimo disse...

Rafa, li quase todo seu blog e amei! uma delícia só! bjok e saudade da sua criatividade!! bjo pro gatão do Ian!!

Criska disse...

É troca de idéias! Mas vc tem estilo próprio. A comparação era só pra dizer que vc escreve tão bem quanto... Adoro seus textos! Bjs