Não contribuo para o aquecimento global, nem para o caos do transporte urbano. Ou seja, sou pobre. Uso o transporte coletivo. Ando de ônibus. Tirando o calor e o tempo que eu perco no ponto e entre um trajeto e outro, isto não me incomoda. Muito pelo contrário, eu até gosto. Se o transporte coletivo funcionasse como na Europa, e com o clima da Europa, eu seria feliz. Gosto de observar as figuras pitorescas e as discussões sobre a novela. Como não assisto muito à televisão, me vejo atualizada sem ter que ficar em frente à tela.
sábado, 31 de maio de 2008
Sobre transporte coletivo 14:56
sexta-feira, 30 de maio de 2008
O Comprimento do Cumprimento 11:21
- Tudo bem, o caralho! Não dormi quase nada, acordei assustada, de mal humor, perdi o ônibus. Aí, chegando no trabalho, atrasada, um esbarrão na porta e o dia ficou vermelho de vez, quando descobri que estava menstruada e não tinha absorvente.
Só em sonho. O que eu respondo mesmo é um bem educado:
- Tudo jóia, obrigada! E você? (sempre uma pergunta de volta e um sorriso simpático)
E o outro, com vontade de contar vantagem sobre a noite bem dormida, com a nova namorada gostosa, também sorri (um sorriso mais aberto e sincero, talvez) e responde:
- Eu tô beleza!
Graças a Deus, ou melhor, à civilização, inventaram as convenções sociais.
Mais do mesmo por Daianne Fernandes
Mais do mesmo por Ferreira Neto
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Interatividade 19:13
Do dicionário Michaelis:
in.te.ra.ção
sf (inter+ação) 1. Ação recíproca de dois ou mais corpos uns nos outros. 2. Atualização da influência recíproca de organismos inter-relacionados. 3. Ação recíproca entre o usuário e um equipamento (computador, televisor etc.). I. social, Sociol: ações e relações entre os membros de um grupo ou entre grupos de uma sociedade.
E é isto aí que eu, Daianne Fernandes e Ferreira Neto vamos fazer em nossos blogs, todas as sextas-feiras. A coluna “3 passando linhas” é pura interação. Vamos escrever com nossos estilos a nossa visão sobre o mesmo tema.
domingo, 25 de maio de 2008
Apelidos carinhosos 21:35
Chego aos trinta com pouca experiência em relacionamentos sérios. Só tive um namorado que teve este título. Os homens da minha vida sempre estiveram presentes como amigos coloridos. Levantei esta bandeira (e acho que ainda a carrego) por todo o colegial e pela faculdade. Acho que por isto, ganhei muito em alguns pontos e perdi em outros.
Ganhei porque desenvolvo rápido uma intimidade e uma cumplicidade com meus companheiros. E perco logo inibições e máscaras, jogando limpo na relação. Perdi porque não sei jogar o jogo feminino. Claro que alguns destes jogos estão inclusos no DNA, não dá para fugir de um charminho ou um beicinho de vez enquando.
Mas não sei chamar ninguém de "meu amorzinho", "benzinho" ou "nenezinho". Os diminutivos estão fora da minha vida. Comecei a achar que era isto que interferia nos meus relacionamentos. Que eu não tratava o outro com carinho e dengo, mas sempre como um cara bacana. E parando para analisar, descobri que não é uma coisa minha, mas a cultura em que fui criada. Não me lembro da minha minha mãe ou meu pai se tratarem por apelidos ou diminutivos como "amorzinho". E não que não fossem carinhosos um com o outro. Só não existia o apelido.
Meus irmãos, que ao contrário de mim, assumiram relacionamentos sérios e duradouros, também não tratam suas namoradas e namorados com apelidos diminutivos. Descobri então que não é um "defeito" meu, mas uma cultura de família. Até mesmo meus avós, só vi algumas vezes minha avó chamar meu vô de "Tinho", diminutivo de Walter.
Aí, desencanei.
sábado, 24 de maio de 2008
"Casar ou comprar uma bicicleta?" 11:00
E nem sempre são profundas como um: Devo ligar para ele depois de toda a discussão de ontem? Devo pedir um aumento para o chefe agora que provei que sou capaz de assumir mais responsabilidade? Mudo a cor do meu cabelo? Não. A gente cai numas de perguntas (e paranóias) impossíveis com um quê de ansiedade em coisas simples, tipo: Devo sair da cama ou enrolar mais um pouco? Descongelo a carne ou saio para almoçar fora? Ligo para minha mãe ou vou assistir filme?
Homens também são assim? Eu tenho a impressão que não. Homem quer assistir ao futebol. Liga a televisão e assiste ao futebol. Homem quer comprar um sapato. Põe no pé, ficou confortável, leva.
E se for simples assim, por favor, me emprestem um pouco mais de poder de decisão. Se não for... façamos um grupo de auto-ajuda!
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Sobre Gustav Klimt 19:00
terça-feira, 20 de maio de 2008
Desfiles Cívicos 10:00
Porque desfiles CÍVICOS têm sempre a presença maciça de MILITARES?
A minha dúvida surgiu quando peguei a programação e veio no cabeçalho: Desfile Cívico. E na lista de autoridades: Vice-governador, prefeito, chefe da marinha, chefe do exercito, chefe da casa militar....etc. Tirando o vice-governador e o prefeito, só tinham militares. Pensei: deve ser algum resquício da ditadura militar.
E pode até ser preconceito, mas na minha cabeça, cívico e militar são coisas bem diferentes e até mesmo antagônicas. Respeito muito a disciplina militar. Morre aí meu respeito pelos militares.
Na minha definição, cívico é relacionado a civil, pessoas comuns que compõe uma nação. Militares são os caras que defendem a pátria, a integridade do território nacional. Portanto, não vejo muito a necessidade deles num desfile cívico em comemoração ao aniversário de uma cidade. Ainda que fosse o aniversário da pátria, vá lá. Ou se os desfiles ainda se chamassem cívico-militares.
Uma amiga, quando comentei a dúvida me disse: Ora, deixa eles desfilarem. O que mais o exército brasileiro tem para fazer além de ficar lustrando as botas e treinando poses para serem usadas no dia de desfiles?
Realmente. Coitados. Deixa eles desfilarem.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Estresse da segunda-feira 13:58
Sim, mais rápido quando a criança em questão não enrola para escolher o que vai comer. E depois, para arrematar, já a quatro passos do ponto de ônibus, descobrimos que a mochila ficou na padaria, enquanto o ônibus passa vagarosamente na minha frente, como que por deboche. Correria total, xingamentos à condição de mãe solteira e desprovida de veículo automotor.
Até chegar no ponto e ver outra mãe gritar para o outro lado da rua: "Carol, volta pra casa já!". E do outro lado da rua uma menininha de cerca de três anos agarrada nas pernas da babá e chorando porque a mãe tá indo trabalhar.
O estresse de segunda-feira é real. Mas para as mães, é o inferno.
terça-feira, 13 de maio de 2008
A relação Mulheres x Salão de Beleza 22:43
Não existe mulher que mereça o título que, mesmo sem frequentar o espaço "salão de beleza" não tenha um mínimo de preocupação com a aparência. Existem mulheres que não gostam de frequentar o salão, mas em casa mesmo se depilam, maqueiam, cortam e pintam os cabelos. Mas eu, particularmente, adoro estar no salão. O momento salão é um encontro com o feminino nos aspectos mais peculiares.
No salão, todas as mulheres são amigas íntimas, os homens são pauta obrigatória e os cortes e cores de cabelo um momento de profunda reflexão e debate em grupo.
Em minha última visita, lá estava eu, no temido quartinho da depilação. Acostumada a todo o processo, não sem sentir dor, mas já no estágio em que é possivel conversar com a torturadora sem remorsos, eu contei algumas piadas para a gentil mulher que lambuzava minha virilha com cera quente. Quando saí, tinha uma moça dos seus 20 anos na porta, aguardando a vez. Me olhou com uma cara de real alívio e disse: "Nossa, estava com muito medo de depilar pela primeira vez, mas acho que não deve ser tão ruim, porque desde que estou esperando aqui na porta, só te ouço rir".
Não esperei para ouvir o resultado da primeira depilação dela.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Novela Mexicana 10:20
Lógico que com a chegada do namorado que mora a 3 mil quilômetros de distância, com sexo reduzido a visão da webcam, eu não ia permanecer na casa durante o feriado. Muito menos meu filho de 5 anos. Meu filho tinha destino fácil: casa da avó. Já eu, não podia ir pra casa de minha mãe por causa da minha irmã louca (e isto não é força de expressão) com ganas homicidas que me odeia. Fiquei desabrigada por quatro dias.
Mas graças, tenho amigos. Bons amigos. Que nos chamam de visita no primeiro dia. No segundo, somos de casa. No terceiro, se acordar cedo e não fizer o café, é um absurdo!