sábado, 2 de agosto de 2008

Crianças também teorizam regras


Depois de meu longo período dividindo casa, sendo abrigada na casa de amigos e coisas afins, finalmente, tenho minha casa. Assim, não totalmente minha, divido a casa com a minha irmã mais nova. Mas ela quase que não fica aqui. É uma mulher esforçada, moderna e compromissada. Faz faculdade em uma cidade próxima pela manhã, trabalha no estágio à tarde, aqui em Palmas e estuda num cursinho à noite, para tentar entrar pra medicina. Além disso é noiva e passa mais tempo na casa do noivo que aqui. Enfim, eu praticamente moro sozinha com o Ian, meu filho de cinco anos.

Desta forma, resolvi colocar em prática um sonho antigo, da minha época semi-hippie e praticar o naturismo dentro de casa. Mas lógico. Achei um censor. Mesmo nunca tendo contado para ele que ficar nu fosse certo ou errado, o Ian mesmo já produziu suas próprias regras.

Aí, um lindo dia eu, no computador, passeando pela internet, chega meu censor: "Mamãe, você não pode ficar pelada em casa, porque a "sencidade(?!)" dos adultos é diferente das crianças. Se você fica pelada, sua régua quebra".

Sencidade?! Régua?!

Não sei o que ele quis dizer com estas palavras. Mas botei fé no uso de neologismo para defender e argumentar a favor de seu ponto de vista. Julguei que sencidade fosse sensibilidade e régua, fosse regra. Mas ele conhece as palavras sensibilidade e regra. Então, não havia como fazer confusão. Perguntei o que significava sencidade. Ele, em toda sua sabedoria infantil, disse: Sencidade, oras!

Então tá, né?

Tela do artista plástico colombiano, Fernando Botero


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