segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O prazer de dirigir




Até que enfim, aos 33 anos, tirei a bendita carteira de motorista. Agora estou devidamente habilitada, para o terror das ruas de Palmas. Brincadeira. Para quem dirige há apenas 4 meses, eu sou boa no volante. Se alguém quiser comprovar, ofereço carona, depois que a pessoa fizer seu seguro de vida.

Brincadeiras à parte, até que eu fui bem, se for levar em consideração as mulheres da minha família. Minha mãe tirou habilitação aos 34, minhas tias mais ou menos por aí também e minhas duas irmãs não sabem dirigir ainda.

Mas enfim, sem querer justificar, já me justificando, eu diria que superei um trauma. Uma vez contei para um colega de faculdade que eu não dirigia porque era traumatizada e depois contei a história. Ele morreu de rir, porque achou que eu tivesse sofrido um acidente grave, matado alguém, ou coisa parecida, mas não, não foi nada disto.

Pode parecer bobagem para muitos, mas trauma é trauma. Só sabe como é difícil passar por cima quem vive, por mais bobo que possa parecer.

Minha história é a seguinte: lá pelos meus 18 anos, idade comum em que a maioria das pessoas tira carteira, eu também estava na mesma onda. Fiz auto-escola e tudo mais, numa época em que não eram obrigatórias as aulas e você tinha só que ir ao Detran marcar a prova de volante. Na mesma época, passei no meu primeiro (de muitos) vestibular.

Como também é costume entre as famílias de classe média, meu pai resolveu me dar um carro. Claro, a gente já estava numa fase de classe média em decadência, então, ganhei um Fusca. Como dizem por aí, eu já quase posso morrer: tive um filho, plantei árvores, tive um Fusca. Só me falta escrever um livro, projeto que prometo cumprir.

Ganhei o Fusca antes de tirar a carteira. E andava no Fusca (que não segurava a segunda marcha, mas de resto estava bomzinho), muito mal. Mas ainda assim, cheguei a ir para a Serra comemorar o aniversário de uma amiga, nele. Quando a estrada de Palmas à Aparecida do Rio Negro ainda nem era asfaltada (sim, já contei minha idade, não tenho medo de denunciar a época em que os fatos aconteceram).

A garagem lá de casa era um "S" e sempre que eu ia sair no carro, pedia ao meu pai ou ao meu irmão para tirar o carro da garagem para mim. Um belo dia, nenhum dos dois queria fazer a gentileza e eu resolvi, por mim mesma, manobrar a máquina. Claro que deu merda. Claro que eu bati a lateral do Fusca, arranquei o para-choque e um pedaço do muro de casa.

Fez um barulho danado, saiu todo mundo de dentro de casa, meu pai e meu irmão com as mãos na cabeça, com expressões nada felizes. Discussão, xingamentos e coisas e tal que, se eu não fosse adolescente, provavelmente nunca teriam acontecido. Prometi para mim e para minha família que nunca mais pegaria um carro enquanto não pudesse comprar o meu.

E foi isto. Um trauma do orgulho ferido. E este orgulho durou um bocadão! E me custou a perda de 15 anos de um prazer enorme que eu descobri! Eu simplesmente A-D-O-R-O dirigir. Poucas coisas me dão tanto prazer quanto pegar a TO 050 (para fazer compras, ainda não me aventurei às rodovias para viajar) com o som ligado no máximo (que eu consigo ouvir, não nos decibéis astronômicos de quem gosta de som automotivo). E pegar as ruas vazias de domingo à tarde e dar aquela volta preguiçosa pela cidade? Nossa, como é bom.

Enfim, meu pai me disse uma vez que quando se aprende a dirigir muito tarde, a pessoa não toma gosto pelo volante. Ainda bem que ele se enganou. Como diz o meme que coloquei ali em cima, para mulher dirigir bem, há que ter testosterona. Pois acho que ganhei um tantinho disto, pois não só tomei gosto por dirigir, como por carros, oficina, posto de gasolina, tudo. Quero aprender tudo sobre este novo prazer da minha vida.

8 comentários:

Diana Bitten disse...

Temos algo em comum, eu também AMO dirigir! Dirigir ouvindo música então... eita coisa relaxante! Todas as apurrinhações vão indo embora!

Espero que você seja cada vez mais feliz nessa sua nova fase. Parabéns!
Bjocas!

Thiago Madella disse...

Só voce mesmo. Eu simplesmente contrai todos meus músculos faciais por um bom tempo. Rafa sucesso nessa nova jornada e que aproveite muito.

Beijos - Sr. Madella

Cidi, Liv e Pólis disse...

Trauma é trauma... rsrs. mas eu também adoro dirigir e devo ter um tanto bom de testosterona, pq, modéstia à parte, sou ótima motorista. Já saí tirando fino nos carros por aí e graças ao meu anjo da guarda, nada de ruim aconteceu. Que seja sempre assim!

Unknown disse...

MUITO LEGAL O SEU TEXTO.. E VC TEM RAZÃO TRAUMA É TRAUMA SEJA ELE PORQUE MOTIVO FOR.. RS

MAS SABE QUE EU TAMBÉM ADOOOORO DIRIGIR! SEI LÁ.. A LIBERDADE DE SAI RPOR AI... DESLIAZANDO. iH! TO FALANDO BOBAGEM.. MAS É ISSO...
BJIM

Thiago disse...

Parabéns pela PPD =D

Criska disse...

Eu lembro dessa subida à serra... Pronto, contei minha idade tbm...

Lívia Neiva disse...

torço para que esta empolgação continue! trauma superado! Parabéns!

dirigir é muito bom, mas, de vez em quando cansa. especialmente no horário de pico, em goiânia. e daí é só uma boa música mesmo para relaxar!!

:)

§bL0g da P@tY§ disse...

Parabéns, Rafaela, fico muito orgulhosa de você viu! E feliz também!