sexta-feira, 1 de abril de 2011

Começando a entender as coisas


Acho que meu filho, se eu conseguir conduzir bem, será um homem daqueles disputadíssimos pelas mulheres. Ele, em seus oito anos de idade, tem umas tiradas que me deixam boquiaberta.


Estava eu, nos meus afazeres domésticos, lavando louça e ouvindo música, enquanto o Ian fazia os devertes escolares. Sempre que estou na lida doméstica, estou ouvindo música. E eu gosto de música nacional nestas horas, gosto de cantar, acompanhar as letras. Não sabia eu que o Ian também fazia a mesma coisa. E pior, entendendo as letras ao ponto de filosofar em cima. Detesto quando subestimo as crianças.


No som tocava “A História de Lilly Braun”, da Maria Gadú (sim, meu povo, Maria Gadú não sai da minha playlist), quando o Ian chega pra mim e pergunta:


- Mamãe, os homens dão vários presentes para as mulheres para ganhar a confiança delas?


De onde ele tira estas coisas?! Tive que perguntar:


- De onde você tirou esta idéia?


- Da música, ué. O homem da música sempre chega com um presente, uma rosa, um poema e depois, engana ela. Acho que eu não vou dar presentes demais para a mulher (percebam aqui, a palavra está no singular) que eu gostar, não. Senão, ela vai achar que eu sou um enganador. Vou dar presentes só nas datas certinhas, como dia das namoradas, dia das mulheres…


E sai da cozinha, me deixando ali, sem palavras.


E me fez lembrar um filme que assisti novamente estes dias que chama “Alta Fidelidade”, com o John Cusack, em que as primeiras falas do personagem dele são:


“As pessoas receiam que as crianças brinquem com armas ou vejam filmes violentos, que venham a ser dominadas por uma cultura de violência. Ninguém se importa que as crianças ouçam, literalmente, milhares de canções sobre desilusões amorosas, rejeição, dor, sofrimento e perda. Eu ouvia música pop
porque me sentia infeliz? Ou me sentia infeliz porque ouvia música pop?”



Mudo ou não mudo a minha playlist agora?

2 comentários:

Camila Monteiro disse...

hahaha que figura esse Ian, só podia ser filho da Rafa. Cara trabalhei com crianças já e elas são incriveis, as vezes eu pensava que eram pequenos adultos porque faziam cada coisa.
To rindo até agora do teu DON JUAN ai. hahaha

Ferreira Neto disse...

Rafa, é sempre um susto, não é?
Tentando tirar o Luan Santana da cabeça da minha filha, tenho tocado muito Queen e Alan Parsons pra ela.
Ontem ela me pergunta:
"Você gosta dessas músicas ou quer que eu goste?"
Tomado de surpresa, respondi "Os dois."
E ela:
"Não está funcionando não..."