terça-feira, 27 de abril de 2010

Ainda à moda antiga

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Estava me divertindo lendo a coluna de Xico Sá, jornalista que escreve sobre o comportamento masculino no Yahoo! Notícias. Nesta coluna em específico, com o título “Medo da fêmea diante da balança”, ele fala da falta que faz a companhia de uma mulher que saiba gostar de comer, sem frescura com as calorias ou o fingimento da preocupação com as mesmas diante de um homem. O texto é ótimo, queria me encontrar com Xico Sá para uma dobradinha com feijão branco. Afora isto, fui ler os comentários. E claro, me choquei.

Lá estavam vários e vários homens xingando de baleia todas as mulheres que sabem comer. E pior, mulheres concordando com estes homens. Não que eu seja uma modelo de esbelteza, mas gente, comer com prazer não quer dizer que a pessoa seja obesa.

Olha, ando cada vez mais inclinada a gostar dos homens à moda antiga, que cortejavam e, acima de tudo, gostavam de MULHERES. Não da imagem da revista, do artigo da novela, da figura da passarela. Aliás, eles também não tentavam copiar nossos comportamentos. Sei que os homens andam confusos com a mudança do comportamento feminino. Nós mesmas agora estamos tomando um norte depois de passar pela fase de que primeiro nos masculinizar para conseguir espaço e só agora estamos descobrindo que precisamos ser só nós mesmas. E agora estamos confusas com tantos tipos de homens. É sério! Amigos gays declarados são ótimos, mas temos que lidar com os enrustidos, os metrossexuais, os machões disfarçados com o verniz do dinheiro o pseudointelectual que leu toadas as resenhas e orelhas dos livros.  É difícil achar os caras com conteúdo e que estejam interessados também em mulheres de conteúdo.

Sinto falta de uma época que nem vivi. Em que homens não sabiam, como bem disse Xico Sá, a diferença entre estria e celulite. De homens como meu pai, que quando viu que eu tinha estrias, lá pelos 14 anos, me disse que eram marquinhas até bonitinhas.

Queria mesmo entender. Qual é o problema dos homens com as mulheres hoje? Somos todas castradoras? O ideal seriam viver nos harens e poder desfilar com as bonitas, se divertir com as não tão bonitas, mas fogosas e se deixar cuidar pelas maternais? Talvez, no fundo, os homens continuem mesmo à moda antiga.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cuidado - Romantismo em rebelião

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Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa lá muito romântica. Não gosto de receber flores, não gosto de poesia, surpresas. Não sou do tipo de pessoa que diz “eu te amo” com facilidade, nem caio de amores por uma pessoa por causa de uma frase bonita. Minha grande amiga Emyka, do blog Jardim Navarro, costuma me dizer que sou uma romântica incurável, mais enrustida. Prefiro dizer que mantenho meu romantismo num sistema rígido de controle. Mas, vez ou outra, ele se rebela e quando se rebela…

Esta manhã vi o sinal de fumaça de uma das grandes rebeliões que meu espírito romântico provoca. Fogo nos colchões, gritaria, pichações e tiroteio. Me exigiu ligar o som e ouvir Tânia Alves. Esta é uma que eu ouço quando meu lado “pé na zona” está dominando. Me recusei. Não cedi nas negociações e coloquei no aparelho de som Maria Gadú. Nova geração, mais criativa para expressar e interpretar os mesmos sentimentos.

Depois de colocar o disco, fui em busca da causa da rebelião para poder contê-la. Na verdade, a solidão fez isto. É mais fácil conter a rebelião do meu romantismo quando eu tenho como alimentá-lo, mantê-lo tranquilo.

NA tentativa de apaziguar uma agitação inicial, assisti a uma porção de comédias românticas no fim de semana, o que acabou servindo de estopim para a rebelião que já se deflagrava.

A solidão não costuma me incomodar, não. Sempre me considerei meio auto-suficiente de carinhos e afagos, mas acho que a idade está pegando e aquele tal medo de morrer sozinha está batendo a minha porta.

Aí, vem as letras das músicas de Maria Gadú no meio dos meus pensamentos: “Venha sem chão me ensina a solidão de ser só dois”.

Aliás, quando o romantismo está gritando, eu fico ainda mais perceptiva para as letras de música. Como diria a personagem de Drew Barrymore no filme “Letra e música” (um dos que assisti no fim de semana do estopim) a melodia é sexo, paixão. É o que te pega primeiro. A letra é amor, é cotidiano é a intimidade da música. Da mesma forma que Arnaldo Jabor descreveu amor como prosa e sexo como poesia.

E as letras das músicas da Maria Gadú estão certeiras hoje. Dona Cila, Lounge, Laranja, A História de Lili Braun (que é do Chico Buarque) estão entrando pelos ouvidos e deixando toda a rebelião mais calma. Para acabar com a rebelião de vez, acho que preciso ouvir algo assim em voz masculina, ao vivo, no pé do ouvido.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A difícil arte de escolher


Nem vou entrar em muitos detalhes sobre meu longo período de ausência. Alguns dos meus poucos leitores já reclamaram, inclusive pessoalmente, da falta de atualizações do meu digníssimo blog. Mas enfim, assim foi, vamos atualizá-lo.

Depois de mais de um ano sem computador. Depois de ter passado por crises sérias de abstinência, ter me recuperado do vício e hoje estar completamente recuperada do vício de internet, agora estou pronta para, novamente, me jogar ao mundo virtual. E, desta vez com mobilidade. Comprei um laptop. Lindo. Destes modelos com poucas polegadas e muita potência.

Minha primeira crise de escolha começou aí. Sempre me considerei uma pessoa bastante decidida. Saio para comprar roupas, bato o olho no que gosto, experimento e vou embora. Sem grandes dramas, sem sofrimento. Sapatos, que são a grande perdição da maioria das mulheres modernas e antenadas, a mesma coisa. Os pares me cativam instantaneamente ou não me chamam a atenção.

Mas agora, me vi completamente envolvida com a indesão. E foi uma sensação estranha. Eu não sabia que computador escolher. A única certeza que tinha era que queria me libertar dos modelos desktop e evoluir para os notebooks, de preferência para os netbooks, que cabem dentro da bolsa, pesam quase nada e nos dão acesso de qualquer lugar.

Mas estas certezas não foram suficientes para me deidir. Gente, fiquei impressionada com a variedade de preços, configurações, marcas, diferenças de assistência tecnica e garantia. Tudo isto influenciando diretamente na minha compra. Foi-se o tempo em que a melhor bicicleta era a Caloi e as máquinas de lavar roupa, Brastemp. Com a quantidade de informações e de opções que temos, a escolha simples de um equipamento de trabalho virou uma arte. Não me espanta mais que empresas contratem profissionais simplesmente para aconselhá-las nas compras de equipamentos. 

Mas passada a minha dúvida, escolhida a minha máquina (que ainda está nos caminhos impostos pelos Correios do Brasil), decidi adesivá-la, para evitar riscos e arranhões, além de dar um charme personalizado todo meu. Gente, mais indecisão. Porque um adesivo para meu notebook  tem que ter a minha cara ao mesmo tempo que tem que ter um ar profissional (já que o uso dele será em grande parte para isto), sem ser sério e austero, porque eu realmente não sou assim. 

Conseguem compreender a gravidade do caso? Preciso de ajuda profissional.