Nunca li Balzac. Mas sei há muito tempo que foi do nome de um livro dele que saiu a expressão balzaquiana. A cerca de 150 anos atrás, este rechonchudo senhor escreveu "A mulher de trinta". E desde então, as mulheres de trinta são chamadas balzaquianas. Quer dizer, não são chamadas, o termo não é tão conhecido assim. Quando eu digo que vou me tornar uma balzaquiana em breve (mais precisamente no dia 26 de junho - presentes, por favor), todo mundo pergunta o que significa, como se fosse um processo de abdução.
Não sou mesmo o tipo de pessoa que se importa com a idade. Não acredito que ficar velha é ruim. Tenho uma grande fé que o melhor da vida é aproveitar cada fase. É ter uma infância correndo de calcinha, com os joelhos esfolados pela queda da bicicleta. E uma velhice pacífica cuidando das roseiras no jardim. Mas os trinta anos tem um brilho diferente. Nunca na vida, mesmo sem grana, mesmo cansada, mesmo correndo, mesmo sozinha (leia-se sozinha como sem namorado, amigos e família sempre por perto)... existe uma segurança, uma certeza de quem eu sou. Me sinto melhor agora do que aos 19. E quando fui pesquisar sobre o livro de Balzac, para saber realmente como ele descrevia a mulher de trinta, encontrei um texto do Mário Prata, dando a visão masculina sensível da mulher de trinta. Pena nem todos os homens serem Mário Prata. Ou Balzac.