quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para não dizer que não falei das flores


Desde que comecei a escrever meu blog, a pouco mais de dois anos, trabalho com assessoria de imprensa no governo do Tocantins. Decidi que não faria deste espaço um lugar de discussão política, artigo constante no meu dia-a-dia profissional. O blog é para a crônica e para minha opinião de fatos corriqueiros do meu cotidiano como mãe e mulher, deixando o profissional (e nisto, divagações sobre política e governo) para outras praças. Meu blog é uma válvula de escape para escrever o que gosto, como gosto, sem pressão de data, dead line, editorial ou chefe.
Mas desta vez, resolvi abrir uma excessão. Não que eu vá falar de partidos ou candidatos. Só darei minha opinião de internauta ou netzen, um termo que vem crescendo de uma derivação das palavras inglesas net (rede) e citzen (cidadão). Me considero uma netzen atuante, leio bastante, participo de algumas mídias sociais, navego neste mar de bit e bytes com certa facilidade. E de uma coisa eu tenho certeza que seja consenso entre os netzens: a verdade, a transparência e a verdadeira relevância do conteúdo que temos a disposição. Não há nada que me deixe mais frustrada do que um tutorial falso no Youtube, um perfil fake no Twitter ou no Orkut, uma corrente ou informação duvidosa que cai no meu e-mail. Me faz perder tempo e me deixa insegura quanto a outros conteúdos e fontes e são estas coisas que, além de vírus e trojans, que tornam a internet um mar não tão seguro.
2010, em que vamos eleger novos governantes, é considerado o ano das eleições em que a internet terá muita relevância. As mídias sociais já estão "bombando" de pré-candidatos com perfis bonzinhos ou ativistas, twitts noturnos e uma grande massa de consultores e assessores especializados em lidar com o mundo virtual. Tarefa difícil pela novidade que é o meio, mas nada difícil para quem conhece os príncipios básicos da boa educação, bom senso e criatividade. O mundo virtual nada mais é que uma grande aldeia, onde a cordialidade e a atenção são grandes moedas de troca. Não há quem não se sinta contente com a atenção do próximo numa resposta, numa palavra de apoio.

Os consultores dos pré-candidatos à presidência já orientam seus assessorados sobre a necessidade desta volta aos bons costumes do interior. Sempre responder a um bom dia, dar atenção a um lamento, não deixar um aceno sem retorno. É assim que gostaria que as eleições fossem, de um modo geral, não só dentro da internet.

Mas tenho cá minhas dúvidas e meus receios quanto ao uso destas ferramentas internáuticas aqui no Tocantins. Tenho medo da baixaria que já se insinua nas redes, sites, blogs tocantinenses. Estou esperando que minhas previsões sejam erradas e que eu não venha a sofrer com os perfis fakes, os virais e os factóides que virão aos bolos na minha caixa de e-mail.

Acho que, a longo prazo, a internet nos ajudará a manter uma melhor transparência na política. Assim que os cidadãos tiverem maior acesso e entenderem a ferramenta, mais fácil será vigiar as ações no senado, na câmara, no executivo e nos tribunais. Talvez a frase de George Orwell, no livro 1984, Big Brother is Watching You ("O Grande Irmão está te observando"), realmente se concretize, mas em duas mãos. ELES estarão nos observando, mas NÓS também!