segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Vovó é do rock!


Um dos meus maiores medos como mãe é de ser "mãe enturmadinha". Aquela que não consegue ver o limite em que deixar na porta da escola, dar beijinho no rosto e desejar boa aula deixa de ser fonte de segurança para a criança e se tornar um: Ai, que mico, mãe!

Tenho verdadeiro terror de não saber diferenciar a hora em que levar para a festa e descer para conhecer os pais da outra criança possa gerar protestos ferrenhos e comentários do tipo: "Poxa, a mãe do Ian não desconfia que aqui não tem nenhum velho pra pegar no pé?!". Ou pior. Estar por dentro dos assuntos da moçada, receber os colegas do Ian e eles começarem a vir em casa para falar comigo e não com o Ian! Ir para a boate junto! Credo! Bato na madeira, três vezes.

Não há filho que ature mãe enturmadinha.

Mas, o meu sonho, por outro lado é ser uma avó enturmadinha! As avós podem tudo! Papai vir comigo à boate?! Nem pensar! Mas se a vovó for, vai ser tudddooo! Avós podem mimar e dar besteira para os meninos comerem e presentear com o videogame que os pais não dão porque o menino precisa estudar.

Se tudo seguir pelos tramites normais, devo ser avó lá pelos 60 anos. E não quero ser uma avó gostosona, que não tem noção da idade que tem, com medo de encelhecer! Não senhores. Quero ter meu lindos cabelos branquinhos e encaracolados, meus óculos na ponta do nariz e fazer deliciosos pães de queijo aos fins de semana (aliás, o que serão das crianças netas de mulheres que hoje não sabem nem ferver água?). Só que com a cabeça aberta!

Quero estar por dentro das bandas de rock da época (se é que rock daqui a 30 anos vai continuar sendo música pra adolescente rebelde), das novidades tecnológicas e ser tão boca suja quanto a Dercy Gonçalves.

Uma cena que tenho ensaiado com antecedência, supondo que Ian terá uma filha. Meia noite, a menina vira e diz: Pai, tô indo pra festa da Jujubinha. Ian: A esta hora?!? Você tá é louca que eu vou deixar! Eu entro na história, com a chave do carro na mão e digo: `Bora, fia. Eu te levo lá!

O Ian nem sonha o que espera por ele no futuro...rs....

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Super Nany não virá me ajudar


Tem muito tempo que eu não assisto ao programa Super Nany, mas tem um tarefa que ela propõe às famílias e que eu queria repetir em casa. Criar a famosa rotina. Mas nunca dá certo. Queria mesmo ver a Super Nany vir ao Tocantins para montar uma rotina para uma mãe solteira, jornalista.


Tem dia que dá para almoçar em casa, tem dia que não dá. Tem dia que eu viajo de madrugada e só volto à noite. E nada é previsível. Não tem como eu dizer na quinta-feira que vem não vou almoçar em casa. Muitas vezes ficamos sabendo da pauta em cima do horário. Aí, é uma correria geral para achar alguém para buscar menino na escola, onde ele vai almoçar, quem o levará para a escola de atividades infantis que o mantém ocupado à tarde enquanto eu ralo. E, caso eu tenha que dormir fora de casa, piora. Na verdade, a rotina dele é quase tão louca quanto a minha. E para mudar isto, só mudando de profissão.


Segundo um amigo meu, a Super Nany nunca viria me ajudar. Mas não por causa de morar no Tocantins e nunca ter me inscrito no programa, mas por eu não ter uma família padrão. Os métodos dela foram desenvolvidos para só funcionar em uma família com núcleo Pai/Mãe. Reparem aí que ela nunca foi ajudar uma mãe ou pai solteiros ou viúvos.


Isto me fez refletir sobre as novas famílias e o quão os educadores estão despreparados para elas. Comemorações de dia das mães e dia dos pais estão um tanto obsoletas. E não só para os pais/mães solteiros, viúvos, como as divorciadas e nem vou entrar muito no mérito de muitas lésbicas que tem filhos e parceiras. Concordo que a grande maioria das famílias ainda é composta de mãe e pai, mas não dá para tapar o sol com a peneira e negar que isto está mudando. E mudando rápido. Acho que a solução não é igual a das igrejas evangélicas que querem transformar as famílias para que estas se adaptem ao sistema. Está chegando a hora que o sistema vai ter que se adaptar às novas famílias.


Mães solteiras e viúvas existem a muito tempo. Não são novidade. Mas as solteiras eram escondidas e discriminadas. E as viúvas, como vítimas de uma tragédia, amparadas pela família e logo eram casadas de novo, para que não ficassem sozinhas.


Hoje, não. Existem mães solteiras por opção, felizes com a sua produção independente e viúvas que conseguem viver bem, se manter sozinhas sem ter um homem que as ampare.


Uma outra amiga, também mãe solteira, disse que tem o maior cuidado com o filho na escola, que ele tem que ser o mais esforçado, o mais disciplinado, porque caso ele e outra criança saiam da linha, com certeza o filho dela vai ser apontado como o errado, porque veio de uma família desestruturada. Ao meu ver, isto é discriminação. Pode até ser que uma criança que pertence a uma nova família tenha um comportamento diferente, mas os educadores deveriam ter uma forma melhor de trabalhar com isto do que simplesmente apontar que a família está errada, porque a família está mudando.


Acho que vou ali, no site da super Nany fazer um teste. Quem sabe se me inscrever, ela aceite o desafio?

domingo, 23 de agosto de 2009

Psiu, fala baixo, vamos falar de sexo

Que sexo é bom, todo mundo sabe e compartilha da idéia. Costumo dizer que sexo é bom até quando é ruim. É saudável, energizante.

E, se gostamos de sexo, nada mais natural que procurar informações sobre o assunto. E, além das rodas de amigos, a grande fonte é a internet. A rede garante privacidade para adultos e adolescentes curiosos, que podem se informar sem se constranger ou se expor. Mas é pena que nem toda informação disponivel seja de qualidade. Para mim, a culpa toda ainda é do grande tabu que cerca o sexo e que, mesmo com muita evolução nos últimos anos, ainda tem muito preconceito para ser quebrado.

Tenho terror do senso comum de que falar, escrever e até pensar em descrever posições, externar e desenvolver fetiches é anormal. Pornografia, perversão, safadesa? Com certeza! Mas não anormalidade. Anormal (caso não tenha votos de castidade envolvidos) é quem não pensa em sexo, não se informa, não pratica.

Pornografia e perversão são palavras carregadas de sentido perjorativo graças à séculos de tabus sobre tudo o que envolve sexo.

Até mesmo o Dicionário Aurélio faz isto:

Pornografia - Figura (s), fotografia (s), filme (s), obra literária ou de arte relativos a, ou que tratem de coisas ou assuntos obscenos (?!) ou licenciosos (?!).

Ah, dá licença! Se fossem libidinosos, eu concordava. Agora, obscenos e licenciosos são alguns atos do congresso, mas aí a sacanagem é outra.

Sexo é assunto importante que ao invés de ser tratado de forma lúdica, tem que ter um verniz de científico para ter credibilidade. E não é todo mundo que entende a linguagem ou a frieza cientificas. Até porque os cientistas não descrevem sensações, nem sentimentos ou situações.

Dentro desta temática, encontrei dois sites que realmente valem a pena. E que não são toscos como muitos filmes pornôs disponíveis no mercado. São sites bonitos, com informações importantes e o que é melhor, divertidos de ler!

A Vida Secreta - o site trata dos mais variados assuntos, indo de gastronomia erótica até fetiches e terminologias. A descrição pareceu chata? Entre lá para ler ou ouvir, porque os podcasts da B.zinha e do ADM Secreto são particularmente estimulantes.

Preservativos Prudence - Eu disse lá em cima que sexo tinha que ser tratado de forma lúdica, certo? O site dos preservativos Prudence conseguiu. Lá está o blog do Jairo Bouer (que é técnico, informativo e não é chato), dos Testadores de Camisinhas (perfeito pro público masculino) e da Delicius (para as mulheres). Eles também usam o twitsex... que eu ainda não entendi. Achei que era o twitter, mas não é só isto.

Os outros sites de marcas de camisinha também são legais, mas os achei carregados demais e muito precupados com visual e menos com conteúdo.

Espero que este post tenha sido bom pra vocês, porque pra mim, foi um prazer...rs... escrever.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mãe solteirice

Eu fazia parte de uma comunidade do orkut que se chamava: "Sou mãe solteira e daí?" E, como na maioria das minhas comunidades, não é que realmente participe das discussões, mas é só uma forma de aumentar minha descrição e minha linha de interesses.

Fuçando no meu perfil, fui lá dar uma olhada.

Me decepcionei com o tom sofrido que li das mães solteiras. Parece que são todas retirantes do sertão nordestino, sem um rumo e fugindo da terra quente e esturricada. Sim, nossa vida não é fácil, mas acredito que a de ninguém, nestes tempos modernos de mães e pais que trabalham o dia inteiro, seja lá muito diferente.

Não temos com quem dividir as responsabilidades, mas também não temos muita discussão. Escolher uma escola pro filho é difícil de fazer sozinha, mas uma vez tomada a decisão, não tem ninguém pra se opor!

E, todas sabemos que a família acaba nos ajudando, sem dizer nada das mães solteiras que praticamente entregam os filhos para serem criados pelas avós.

Acho que ou ser mãe solteira não é tanto a cruz que se acreditava ou eu mesma já me acostumei tanto à condição que não enxergo mais as dificuldades como dificuldades, mas como simples rotina.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Novos medos de antigos prazeres


Voltei das férias. No mínimo, deveria ter pelo menos uns 10 posts por aqui sobre minha primeira viagem de férias como mãe. Não tinha me dado conta disto, mas foi. Nunca tinha viajado com meu filho de férias. E este tempo me relembrou algumas coisas da infância. Mas achei uma descrição perfeita nas palavras de Raq Affonso, do 02 Neurônio:

Férias quando você é criança:
tédio. Primos. TV. crianças pequenas. família.
Férias quando você é jovem: coisas incríveis, ônibus interestaduais. Cerveja de garrafa. Casa alugada com várias amigas. Amnésias alcoolicas.
Férias quando você é adulta: crianças pequenas. Cerveja. Casa com família. Tédio. Amnésias alcoolicas.

As férias não foram maravilhosas como planejado, mas foram interessantes. Muitas descobertas sobre mim mesma. A mais decepcionante: tenho medo de roda-gigante! Dá pra imaginar? Eu era fissurada em altura, pulei de pontes de 35 metros, fazia rappel na boa, achava a montanha russa um passeio.

Eis que vou a um destes parques de diversões montados em frente ao Shopping Center, com direito a cinema 180º e à Monga, a Mulher Gorila! Lá fomos eu e meu irmão com Ian à tira-colo.


Primeiro brinquedo que chamou a atenção da criança foi, claro, a montanha russa, com um pequeno looping. Mas tinha altura mínima para entrar, 1,30 m. Ian, 1,27 m. Então, nada de montanha russa. Vamos para xícara maluca, cinema 180º. Pausa para o cinema 180º. Este será um post à parte.


Acabamos na roda gigante e lá vou eu com um Ian elétrico. Fui toda empolgada para apresentar para a criança um dos meus brinquedos favoritos e... logo que a cadeira pára lá em cima.... tudo bem. Mas na hora que descia... lá estava eu, descobrindo como sou religiosa, murmurando baixinho de olhos fechados um "Ai, meu Deus! Ai, meu Deus!!!", tentando disfarçar meu medo para o Ian que levantava os braços e gritava:Iuhuuuu!!!!!


Esta é uma parte em que me entristece envelhecer...